Salgueiro confirma estar entre os favoritos

Com um samba melodioso e fantasias luxuosas e bem acabadas, o Salgueiro entrou na Sapucaí saudado pelo público como um dos favoritos ao título de 2007. O carro abre-alas era um dos mais bonitos e empolgou a platéia, com a imagem gigantesca da rainha de Sabá. A escola cantou a dinastia de rainhas africanas Candace e abusou de imagens alusivas ao continente.

A ala das baianas destacava-se pela leveza e o luxo da fantasia, o que permitia o movimento das foliãs. As baianas eram as verdadeiras candaces: mulheres guerreiras, que levavam os filhos nas costas para o trabalho. Na fantasia, esse filho foi representado por bebês negras.

A grandiosidade dos carros alegóricos também foi outro ponto forte da escola da zona norte do Rio, que tenta reeditar este ano o sucesso do carnaval de 1993, quando conquistou o título pela última vez, com o enredo "Peguei um Ita no Norte". Num dos carros, um narguilê aspergia perfume nas arquibancadas. Os carnavalescos Renato Lage e Márcia Lávia, no entanto, abusaram do ouro e da palha. Em alguns momentos, as fantasias pareceram repetitivas.

À frente da bateria, a escultural Gracyane Barbosa, dançarina do grupo Tchakabum, vestida numa fantasia de guerreira Núbia. Ela chegou à Sapucaí direto de um show na cidade de Paty do Alferes. Ainda na concentração, ela comentou que se preparou bastante para o dia D. "Ingeri muito carboidrato e bebi muito líquido", disse a moça, que mostrou bonito samba no pé, mas pode ter feito a escola perder pontos ao tirar a alegoria da cabeça logo depois de passar em frente à primeira cabine de jurados.

Gracy dividiu o reinado com a pequena Luiza Duran, de 8 anos, a princesa da bateria. Filha do presidente da escola, Luiz Augusto Duran, a menina contava que já é veterana: desfila desde os quatro aninhos. E mostrou profissionalismo. Apesar do cansaço aparente, não tirou sua alegoria da cabeça, que também a incomodava, e sambou por toda a avenida.

Sabrina Sato, a ex-participante do Big Brother Brasil hoje apresentadora do programa "Pânico da TV", disse que, apesar de "japonesa e caipira", gosta de samba e carnaval. "Quero ser madrinha de bateria", candidatou-se. Depois caiu em si: "É muita pretensão minha, né? Vim do interior de São Paulo e quero sambar mais do que essas mulatas". Sabrina desfilou à frente do carro Nefertiti. Ela representou a jóia do faraó.

O Salgueiro esse ano fez desfile mais técnico e mais enxuto do que nos carnavais passados. Foram apenas sete carros, um a menos do que o limite. A escola também evitou desfilar com o máximo de componentes – 4.500. Levou para a avenida 4 mil. Mas empolgou e chegou a ser saudada pelos setores populares aos gritos de campeã. O presidente da agremiação, Duran, evitou o "já ganhou". "Outras escolas ainda vão se apresentar e não podemos subestimá-las. Mas c om certeza fizemos um desfile para disputar título", afirmou.

Dirigentes da Vermelho-e-Branco entraram na avenida com uma fita preta na lapela. Era sinal de luto pelo assassinato de Guaracy Falcão, vice-presidente executivo da agremiação. Falcão foi morto a tiros na semana passada na zona norte do Rio, junto com a mulher, Simone Moujarkian.

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