Mesmo com o aumento do volume de importações, o superávit da balança comercial brasileira terá pequena variação entre US$ 44 bilhões e US$ 45 bilhões até 31 de dezembro deste ano. A notícia é excelente porque o cálculo anterior do governo não superava os US$ 42 bilhões.
O desempenho superavitário foi comunicado por Luiz Antônio Furlan, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ao analisar os resultados anotados nos meses de julho e agosto e os números parciais de setembro, que deram ao governo a convicção de que a meta inicial será suplantada.
Na primeira quinzena deste mês as exportações de produtos brasileiros têm mantido a média de US$ 600 milhões, segundo o ministro, para quem o setor de comércio exterior poderá faturar US$ 90 bilhões em 2006. Caso a balança chegue ao teto das previsões do governo, o superávit anual vai superar o do ano passado -US$ 44,764 bilhões – e, pelo quarto ano consecutivo, quebrar os recordes anteriores.
O Banco Central, que também é governo, tem uma previsão bem menos otimista e, por intermédio do boletim Focus, elaborado com base em consultas a mais de uma centena de instituições financeiras, diz que o saldo da balança comercial do presente exercício não será superior a US$ 42,8 bilhões.
Até 10 de setembro o panorama era o seguinte: o saldo positivo chegava a US$ 30,449 bilhões, diferença entre as exportações da ordem de US$ 91,174 bilhões e importações de US$ 60,725 bilhões. A média diária no período foi de US$ 527 milhões de vendas ao exterior e US$ 351 milhões de compras. Para usar uma imagem que facilite a assimilação da idéia, se poderia afirmar que os navios que saíram daqui abarrotados de produtos cobiçados pelo mercado internacional retornaram com pouco mais de meia carga.
O Brasil é uma potência emergente em termos de exportação, embora seja um mercado bastante receptivo a produtos manufaturados no estrangeiro. Infelizmente, um tipo de mercadoria fina de preços pouco acessíveis à classe média, cujo poder aquisitivo está longe de suportar certos luxos do consumismo. Uma diferença de padrões sociais que ainda nos marca como país que gravita em torno da economia do Primeiro Mundo.