O saldo da balança comercial do Brasil é o segundo maior, em valores, entre os emergentes. A revista inglesa “The Economist” compara o desempenho comercial de 25 países no acumulado de 12 meses até junho ou julho e põe o Brasil à frente dos latinos Venezuela e México e dos asiáticos China, Coréia do Sul, Indonésia, Cingapura, Malásia e Taiwan. Do total de 25 países, apenas o saldo da Rússia supera o do Brasil, puxado pelas vendas de petróleo e gás, que respondem por mais de 50% das exportações. A revista atualiza semanalmente esses indicadores.
Até julho, o saldo do Brasil acumulado em 12 meses foi de US$ 30,9 bilhões. No mesmo período, a Coréia do Sul alcançou US$ 30 bilhões. Os dados disponíveis para Indonésia, Malásia e China são de junho, indicando os respectivos saldos acumulados em 12 meses: US$ 27,9 bilhões, US$ 19,5 bilhões e US$ 15,3 bilhões. O resultado dos latino-americanos é bem menor. A Venezuela acumulou US$ 17,8 bilhões até abril. O México teve déficit de US$ 5,5 bilhões até junho. O Chile obteve superávit de US$ 6,2 bilhões até junho, enquanto a Argentina alcançou um saldo de US$ 13,4 bilhões até junho.
“É um resultado muito bom”, comenta o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior (AEB), José Augusto de Castro, lembrando que o Brasil ficou em 13.º lugar no ranking geral dos países em 2003, em termos de balança comercial. Desse grupo, os emergentes Rússia, Indonésia, China e Taiwan estavam à frente do Brasil. Do ponto de vista da corrente do comércio, Castro ponderou que o saldo pode ser questionado, já que foi produzido com recuo de importações. Até julho, as exportações brasileiras cresceram 33,7% e as importações, 26,7% (as compras de bens de capital subiram só 14,7%).
“Acho que esse saldo comercial não se repete em 2005 e talvez a situação entre os emergentes esteja diferente no final deste ano”, previu Castro, estimando que o saldo brasileiro fechará o ano em US$ 31 bilhões. Além da expectativa de crescimento da demanda interna em 2005, o que puxaria as importações, o saldo deve sofrer o impacto da queda do preço das commodities no mercado internacional. O vice-presidente da AEB ponderou, por exemplo, que a cotação da soja na Bolsa de Futuros de Chicago já caiu 45% nos contratos negociados para o próximo ano.
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