As campanhas salariais deste ano tenderão a obter, em sua totalidade, pelo menos a recomposição da inflação acumulada até a data-base das categorias. A projeção foi feita hoje pelo supervisor do escritório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em São Paulo, José Silvestre Prado de Oliveira, um dos organizadores do "Balanço das Negociações dos Reajustes Salariais em 2006".

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"Das quase 4% das negociações que ficaram abaixo do INPC-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2006, nenhuma ficou 1% menor do que a inflação. Isso já indica que a tendência é que todas as negociações zerem a inflação", declarou Oliveira, durante a divulgação do estudo que revelou que 96% das 656 negociações salariais acompanhadas pelo Dieese, em todo País, resultaram em pelo menos em recuperação da inflação, no ano passado.

A visão otimista se justifica, segundo ele, pelo fato de a inflação se manter baixa e sob controle, ao mesmo tempo em que a ocupação de trabalhadores tem crescido, a massa de rendimentos sobe, o salário mínimo tem aumento real, o País mantém rota de crescimento, "ainda que insuficiente", e os sindicatos estão mais combativos.

"Nesta melhora do ambiente econômico, os sindicatos têm ações de busca para obter, pelo menos, parte da riqueza que as empresas produziram", observou.

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Segundo Oliveira, baixa inflação e Produto Interno Bruto (PIB) são condicionantes necessárias para garantir um melhor desempenho dos sindicatos nas negociações. Simultaneamente, alega o especialista, os aumentos concedidos pelo governo ao salário mínimo acima da inflação têm influenciado as categorias a pleitearem reajustes maiores, sobretudo para os pisos salariais.

"O mínimo (salário) cresce, este ano, algo perto de 3% acima da inflação, o que se torna um farol para os sindicatos estabelecerem reivindicações para os pisos", argumentou.

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