Salário mínimo regional já foi assimilado por empresas cariocas

A resistência dos empresários paranaenses contra a aprovação do salário mínimo regional também foi sentida no Rio de Janeiro, quando o estado adotou patamar diferenciado para pagamento mínimo de trabalhadores. Porém, a relutância empresariado carioca em aumentar a remuneração diminuiu ao longo do tempo. O piso regional no Rio de Janeiro foi aprovado em 2001 e, atualmente, o maior piso é de R$ 422,72, em vigor desde 1º de janeiro, período da data-base naquele Estado.

O comportamento dos empresários cariocas demonstra que a economia local já absorveu o impacto da medida estadual e, durante o período de data-base, representantes das empresas, centrais sindicais e governo reúnem-se apenas para definição em torno do valor do salário mínimo e se mais categorias de trabalhadores serão enquadradas ao piso regional.

Segundo o supervisor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Paulo Jager, antes de ser instituído o piso regional no Rio de Janeiro, os empresários alegaram que, principalmente, as empresas menores seriam prejudicadas e que a informalidade iria aumentar no Estado. ?Não foi o que aconteceu, mesmo porque a melhora ou não dos indicadores econômicos dependem das condições macroeconômicas?, analisou Jager. O que se observou, desde então, foi mudança no teor do debate. ?Já existe um consenso sobre a existência do piso regional e o que se discute atualmente é somente o seu valor?, afirmou.

Em 2000, quando a discussão sobre o estabelecimento do salário mínimo regional no Rio de Janeiro atingiu o auge, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) divulgou uma consulta feita a 120 indústrias participantes da Pesquisa Indicadores Industriais da entidade. Esse conjunto de empresas respondia, na época, a um faturamento de R$ 9,5 bilhões.

O resultado da consulta apontou que a aprovação do piso regional poderia provocar algum tipo de impacto na folha salarial de apenas 5% das empresas pequenas, o que foi considerado muito pequeno pela própria Firjan. Mesmo com a influência do piso regional sobre os adicionais de insalubridade, a entidade concluiu que, na média, o salário mínimo deixou de ser o principal parâmetro para os salários do setor industrial.

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