Salário mínimo influencia queda da inadimplência

São Paulo – O aumento real do salário mínimo em 16,7% em maio, com conseqüente impacto na renda dos trabalhadores e aposentados, assim como a alta do emprego, já mostra reflexos nos índices de cheques sem fundos apurados pela Telecheque, empresa de concessão de crédito ao varejo. Estudo da companhia constatou queda na inadimplência de 8,68% em junho em relação ao mês anterior. No mês de junho, segundo a pesquisa, o índice de cheques sem fundos ficou na casa de 2,63%, enquanto em maio foi de 2,88%. O percentual apurado é considerado muito positivo para o período, principalmente porque o mesmo ainda sofre reflexos das vendas da segunda melhor data do ano para o varejo, o dia das mães.

De acordo com o vice-presidente da Telecheque, José Antônio Praxedes Neto, a tendência de queda da inadimplência deve ser confirmada no segundo semestre. Ele avalia que, além do melhor nível de renda dos consumidores, outro fator que contribuirá para a baixa dos índices será o amadurecimento do consumidor no controle de seus gastos. Segundo ele, "após essa grande corrida de acesso ao crédito fácil, o que ocasionou um alto comprometimento da renda do brasileiro, o consumidor começa agora a utilizar o crédito disponível dentro de sua real capacidade de endividamento".

Contraponto

Se na comparação com o mês anterior houve queda, o mesmo não se pode dizer quando o indicador de cheques sem fundos de junho é confrontado com igual período do ano passado, quando foi registrado índice de 2,30%. Nesta base de comparação a alta foi de 14,35%.

"Teremos que aguardar um bom período para a acomodação da grande bolha de crédito gerada nos últimos anos, para voltarmos a ter patamares semelhantes ao da inadimplência que antecedeu este período", observa Praxedes.

Desempenho nos Estados

A inadimplência nas compras com cheques caiu em junho ante a maio em 12 estados do país, de acordo com o último levantamento da Telecheque realizado em 19 estados. São eles: Goiás, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Paraíba, Pará, Maranhão e Minas Gerais.

Já na comparação com junho de 2005, o estudo constatou baixa da inadimplência em apenas seis estados do Brasil: em Goiás, Sergipe, São Paulo, Alagoas, Rio de Janeiro e Pará.

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