Estudo divulgado nesta terça-feira (9) pelo Dieese apontou que o salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ser de R$ 1.564,52 no último mês de 2006, para suprir suas necessidades básicas e da família. A constatação foi feita por meio da utilização da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de dezembro, realizada pela instituição em 16 capitais do País.
Com base no maior valor apurado para a cesta, de R$ 186,23, em Porto Alegre, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ser 4,47 vezes maior que o piso vigente, de R$ 350. Em novembro de 2006, o total necessário ficava em R$ 1.613,08 (4,61 vezes). Em dezembro de 2005, correspondia a R$ 1.607,11, o equivalente a 5 36 vezes o mínimo daquele período, de R$ 300.
Segundo o Dieese, a predominância de variação anual negativa no custo da cesta básica permitiu forte queda no tempo de trabalho necessário para que aqueles que ganham salário mínimo adquirissem os itens essenciais. Em dezembro de 2006, na média das 16 capitais pesquisadas, a compra dos produtos alimentícios de primeira necessidade exigiu o cumprimento de uma jornada de 98 horas e 12 minutos. Em igual mês, em 2005, era necessária a execução de 117 horas e 29 minutos para se obterem os mesmos bens. Em novembro de 2006, o tempo de trabalho necessário chegou a 100 horas e 29 minutos.
Quanto ao comprometimento do salário mínimo líquido (após o desconto da parcela referente à Previdência Social), o Dieese salientou também uma "significativa redução". Segundo a instituição, correspondeu, em dezembro último, a 48,33% do rendimento recebido pelo trabalhador que ganha salário mínimo, enquanto em dezembro de 2005 eram necessários 57,83% do menor valor então pago. Em novembro de 2006, exigiu 49,46% do rendimento.