Para dizer pouco, dando de barato, o chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), não conta com a simpatia do chamado núcleo duro do governo Lula. Sua presença no ministério está por um fio.
O círculo íntimo de Lula não faz a menor questão de esconder as reticências em relação a Rebelo, que jamais foi indultado pela derrota sofrida por Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados com Severino Cavalcanti (PP-PE).
Além disso, as reclamações contra a atuação de Aldo Rebelo na articulação das bancadas de sustentação do governo no Congresso Nacional foram colhendo novas justificativas a cada tropeço na votação de matérias importantes para o governo. A derradeira experiência negativa deu-se com a indicação dos componentes a que a Câmara tinha direito na composição dos conselhos nacionais da Justiça e Ministério Público.
Mais uma vez o Planalto viu seu esforço dar em nada, porque o entendimento do presidente Severino Cavalcanti com os líderes do bloco de oposição resultou na preterição dos nomes preferidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar de nunca ter criticado o ministro em público, o presidente demonstrou mais de uma vez seu desgosto com a articulação política na Câmara e no Senado, atribuição cada vez mais difícil para Aldo Rebelo.
É inegável a existência de forte pressão no interior do governo pela volta do ministro José Dirceu ao comando da articulação política. O chefe da Casa Civil viu-se constrangido a deixar a função, mesmo resistindo todo o tempo, face ao vendaval desencadeado pelo achaque filmado do assessor Waldomiro Diniz sobre o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
O próprio ministro Aldo Rebelo acusa o abatimento da retirada iminente, ao reconhecer que a situação está péssima. É possível que não resista até o final da semana.