Saída de Palocci provoca alterações na reforma ministerial

Diante do enfraquecimento do governo com a saída de Antonio Palocci do Ministério da Fazenda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está pedindo a alguns ministros que permaneçam no cargo, abrindo mão de disputar as eleições de outubro. Entre os ministros que Lula quer manter, estão Jaques Wagner (Relações Institucionais), Marina Silva (Meio Ambiente), Paulo Bernardo (Planejamento) e Walfrido dos Mares Guia (Turismo).

Lula terá de consumar uma reforma ministerial até sexta-feira, prazo para que deixem o governo os ministros dispostos a concorrer nas eleições. Agora o presidente pretende manter no primeiro escalão o máximo possível de nomes considerados fortes, para o embate duro com a oposição durante a campanha eleitoral.

O vice-presidente José Alencar deve continuar à frente do Ministério da Defesa, mas por um motivo distinto. O nome de Tarso Genro, ex-ministro da Educação e ex-presidente do PT, é cotado para o posto, mas tem pouca intimidade com os oficiais generais da Aeronáutica, Exército e Marinha. É um ponto negativo e Lula já tem experiência a esse respeito. Seu primeiro ministro da Defesa foi o embaixador José Viegas. Sem conhecer os militares, sofreu um bombardeio interno durante todo o tempo em que ficou à frente da pasta.

Para o lugar do ministro da Saúde, Saraiva Felipe, os dirigentes do PMDB pró-governo (o presidente do Senado, Renan Calheiros, o líder do partido no Senado, Ney Suassuna, e o ex-presidente José Sarney) já escolheram o presidente da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), Paulo Lustosa. Seria uma forma de compensar Lustosa que, mesmo escolhido para a presidência da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), sofreu um boicote por parte do ministro das Comunicações, Hélio Costa (também do PMDB, com permanência garantida no cargo), e não pôde assumir o posto.

Outro que ficará no governo, de acordo com informações do Palácio do Planalto, é o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que no governo de Lula recebeu o status de ministro. Ele teve uma reunião hoje com o presidente Lula, disse que gostaria de ficar na função, e amanhã conversará mais longamente com o novo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Meirelles não se filiou a nenhum partido. Portanto, se dispensado, não terá como concorrer a qualquer cargo em outubro. Quando Lula o chamou para o Banco Central, era deputado federal eleito pelo PSDB. Renunciou ao mandato.

O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, deixará o cargo para se candidatar à vaga de senador pelo PL do Amazonas Para seu lugar o partido quer o senador João Ribeiro (TO), nome que poderá sofrer algum tipo de veto, pois o Ministério do Trabalho já acusou o parlamentar de envolvimento com trabalho escravo. No Ministério dos Esportes, o PC do B escolheu Orlando da Silva Júnior para suceder Agnelo Queiroz, que sai para se candidatar ao governo do Distrito Federal.

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