O prefeito de São Paulo, José Serra, disse hoje que o PT entrará na corrida eleitoral enfraquecido em função da saída do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, derrubado pelo desdobramento da entrevista e do depoimento à CPI dos Bingos do caseiro Francenildo Santos Costa. Serra defendeu que a queda de Palocci representa um prejuízo para o governo federal e aproveitou para dizer que é preciso reconhecer as realizações obtidas por ele enquanto ocupou o cargo. "É um prejuízo para o governo", disse Serra, logo após vistoriar as obras do Hospital M’Boi Mirim, na zona sul da capital paulista.
De acordo com Serra, Palocci foi o responsável pelo fato de o PT ter surpreendido na área econômica. "Se o PT surpreendeu na economia, não há dúvida de que isso se deve ao Palocci", disse o prefeito, destacando, no entanto, que acredita que foram cometidos "muitos equívocos" na política econômica, principalmente no que se refere às áreas de juros e câmbio. Serra não quis, entretanto, fazer uma avaliação sobre a escolha de Guido Mantega para substituí-lo no Ministério da Fazenda.
Apesar de afirmar que as denúncias que atingem o governo federal enfraquecem o PT para a eleição, Serra mostrou uma opinião diferente ao comentar a saída do assessor especial de comunicação do governador Geraldo Alckmin, Roger Ferreira, após ter sido denunciado um esquema de favorecimento a aliados por meio de verbas publicitárias do banco estatal Nossa Caixa. O assessor Roger Ferreira pediu sua exoneração do cargo ontem em carta encaminhada ao governador paulista. Na avaliação de Serra, as denúncias não são suficientes para prejudicar os planos de Alckmin de disputar a Presidência da República. "Ele (Roger) saiu para não ser um fator, um pretexto de perturbação da candidatura de Alckmin", disse.
