O Paraná deve colher entre 22,08 milhões a 24,14 milhões de toneladas (t) na safra de verão 2002/2003. Isso representa um crescimento de 9,86% a 20,12% em relação às 20,10 milhões de t colhidas na safra anterior, de acordo com o relatório mensal divulgado ontem pelo Departamento de Economia Rural (Deral).
As informações coletadas pelo órgão revelam que a área destinada aos grãos e algodão aumentou 6,18%, de 6,53 milhões de hectares para 6,94 milhões de hectares. Segundo o relatório, 81% da área já está plantada, 12% colhida e 14% vendida. “A safra transcorre normalmente, sem problemas de quebras”, informa a engenheira agrônoma Margorete Demarchi, do Deral.
Com ampliação de 8,15% na área plantada, que totalizou 3,54 milhões de hectares, a produção de soja normal passará de 9,38 milhões de t para 10,04 milhões a 11,03 milhões de t, com crescimento estimado entre 7,08% e 17,67%. Já a safrinha de soja, que teve elevação de 40,20% na área, passando para 23 mil hectares, pode chegar a 44,5 mil t – 71,67% maior que na safra anterior. Embora somente 4% da soja normal já tenha sido colhida, 20% já foi comercializada.
Pelo segundo ano consecutivo, o aumento da área da soja reduziu o cultivo da safra normal de milho. Como no restante do País, a preocupação é com o desabastecimento do produto. Na safra normal, o Paraná deve repetir um volume parecido com o do ano passado, quando foram colhidas 7,56 milhões de t: entre 7,25 milhões (-4,12%) e 7,73 milhões de t (2,32%). Com 20% da safra colhida, somente 12% já foi vendida.
Para compensar a redução da safra normal, que compete com a soja, favorecida pela cotação internacional e menor risco, espera-se um crescimento expressivo no milho safrinha. Ano passado, a seca gerou quebra na produção, que somou 2,11 milhões de t. Agora, a previsão é colher de 3,76 milhões a 4,28 milhões de t, incremento que deve variar entre 77,82% e 102,30%. Até o momento, 29% do milho safrinha foi plantado no Estado. A área aumentou 18,91%, totalizando 1,17 milhão de hectares. O que pode atrapalhar as projeções são as chuvas. “Quanto mais o plantio retarda, maior o risco no frio. Essa é a preocupação desse ano-safra”, aponta Margorete. Porém confirmada a previsão em relação à safrinha, a produção total de milho deve empatar com a de soja.
O relatório estima crescimento na produção de feijão das águas (3,09% a 3,52%, de 466,1 mil a 468,1 mil t) e feijão da seca (13,66% a 28,47%, de 165,9 mil a 187,5 mil t). O Deral prevê redução na colheita de algodão (-19,55% a -11,98%, de 65,5 mil a 71,7 mil t), amendoim das águas (-21,73% a -17,25%, de 6,8 mil a 7,2 mil t) e arroz sequeiro (-11,25% a -1,09%, de 95,4 mil a 106,4 mil t) e café (-20,79% a -11,78%, de 115 mil a 128,1 mil t). Para o arroz irrigado, a estimativa é de queda de 8,24% (68,7 mil t) ou, no máximo, incremento de 1,49% (76 mil t).
O Deral também divulgou a previsão para hortaliças e outras culturas: de 32,42 milhões de t na safra 2001/2002 para 29,22 milhões (-9,85%) a 34,11 milhões de t (5,21%). Desse total, o maior volume é o de cana-de-açúcar, cuja safra pode crescer até 9,52%, atingindo 30,8 milhões de t.