A safra 2005 poderá atingir um novo recorde na história do País, com produção de 134 milhões de toneladas. Caso seja confirmada a projeção divulgada hoje (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume será 12,3% maior do que a safra 2004, de 119 milhões de toneladas. O aumento previsto está diretamente vinculado à soja, que responde por cerca de 40% da safra total e deverá apresentar uma colheita 28% maior, totalizando no ano que vem 63 milhões de toneladas, ou 14 milhões de toneladas a mais do que neste ano. Essa foi a primeira estimativa da safra 2005 divulgada pelo instituto.

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O chefe da coordenação de agropecuária, Carlos Alberto Lauria, disse que a previsão inicial será mensalmente modificada até o final do próximo ano, já que a atividade agrícola está muito vinculada ao clima e, portanto, sujeita a mudanças de prognósticos.

Ele destacou também que os produtores ainda estão tomando decisões de plantio, que podem ser alteradas de acordo com preços e condições de comercialização de produtos. Mas no caso da soja, principal produto da safra brasileira, somente o clima poderá levar a alterações nas previsões, já que as decisões dos produtores já estão na maior parte tomadas.

Lauria explicou que o preço do produto está em queda no mercado internacional e a redução da cotação do dólar no Brasil também desestimula o produtor, já que reduz os ganhos com as exportações, mas ainda assim a soja é um bom negócio, por causa da acelerada liquidez do produto, que costuma estar comercializado antes mesmo do plantio.

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Segundo Lauria, o cenário inicial da soja para 2005, de crescimento apesar da queda de cotação e altos custos dos insumos, mostra que o produtor está sem alternativa de plantio, já que os preços do milho não estão atrativos. Apesar dessa falta de atratividade, a safra de milho também devera crescer, por causa do aumento da produtividade, já que os atuais preços levaram a uma redução da área plantada do produto (-4,7% em 2005 ante 2004). A produção do milho na primeira safra deverá chegar a 32,6 milhões de toneladas, 4,9% a mais do que na safra atual.

Arroz

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Juntos, soja, milho e arroz respondem por cerca de 90% da safra agrícola de grãos. No caso do arroz, haverá queda de 4,7% na safra, passando para 12,7 milhões de toneladas (ante 13,3 milhões de t na safra atual). Segundo Lauria, a redução ocorrerá por causa da cotação mais baixa do produto nos últimos meses, falta de chuva nos principais locais produtores e o nível baixo dos reservatórios que abastecem locais de cultivo da cultura. Apesar da queda, a produção ainda estará superior ao consumo brasileiro, que está em torno de 11 milhões de toneladas.