A Sadia conseguiu ganhar tempo para negociar a compra da Perdigão, um dia depois da oferta ter sido rejeitada pela concorrente. Ontem, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável pela fiscalização do mercado de ações, pediu explicações à Perdigão sobre a rejeição da proposta. Enquanto isso, a Sadia começou a procurar, um a um, os principais sócios da Perdigão para tentar reverter a decisão
Na segunda-feira, a Sadia havia feito uma oferta pública para comprar todas as ações da Perdigão, em um negócio estimado em R$ 3,7 bilhões. Seria o primeiro caso de compra de uma empresa por outra no Brasil por meio da aquisição de ações em mercado. Agora porém, a Sadia decidiu mudar sua estratégia e vai concentrar as negociações em conversas individuais com os principais acionistas da Perdigão
A Sadia está procurando os representantes de sete fundos de pensão e da empresa Weg Participações. Donos de 55,38% das ações os fundos e a Weg haviam rechaçado a proposta com o argumento que o preço oferecido pelos papéis era muito baixo. A Sadia também está ouvindo administradores de fundos de investimentos, que têm participações menores na Perdigão, que poderiam ajudar nas negociações
"Não queremos mais negociar pela imprensa. Estamos tentando falar diretamente com os acionistas", diz um dos representantes da Sadia. Até agora, porém, a Sadia tem tido dificuldades para tratar do assunto com os dirigentes dos fundos de pensão. "Em toda negociação há sempre uma brecha para conversa. Mas, por enquanto, nem isso os fundos estão dispostos a dar", diz um dos responsáveis pelas negociações