Saddam volta a ser expulso e júri entra em recesso

O julgamento do presidente iraquiano deposto Saddam Hussein pelo genocídio de curdos durante a Guerra Irã-Iraque entrou em recesso hoje depois de uma conturbada audiência durante a qual houve discussões em voz alta e o ex-ditador voltou a ser expulso do tribunal. O presidente do júri, Mohammed Oreibi al-Khalifa, decretou recesso da Corte até 9 de outubro para permitir que Saddam e outros seis réus tenham tempo de elaborar a defesa com os advogados indicados pelo tribunal ou com novos defensores. O adiamento foi anunciado depois de uma paralisação da audiência. Antes da pausa, Khalifa discutiu em voz alta com os réus e decidiu expulsá-los do recinto.

A discussão começou quando Saddam recusou-se a ficar em silêncio depois de diversos pedidos do juiz. Segurando um exemplar do Corão, livro sagrado do Islã, Saddam queria a palavra, interrompendo o interrogatório de testemunhas pela promotoria. "Você é o réu e eu sou o juiz", disse Khalifa ao pedir a Saddam que se sentasse. Desafiador, Saddam não obedeceu ao magistrado e continuou falando. O juiz então cortou os microfones.

A seguir, Saddam e os outros seis réus começaram a falar em voz alta. Khalifa interrompeu a confusão aos gritos e começou a expulsar os réus do recinto. Trata-se da terceira vez que Saddam é expulso do tribunal por Khalifa, que foi declarado presidente do júri na semana passada, depois que seu antecessor, Abdullah al-Amiri, teve a remoção recomendada pelo governo por supostamente ser brando demais com Saddam.

Saddam e outros seis réus são julgados desde 21 de agosto por suposta participação no genocídio de dezenas de milhares de curdos ocorrido durante uma operação militar contra grupos guerrilheiros deflagrada no crepúsculo da Guerra Irã-Iraque (1980-1988).

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