Os advogados do ex-presidente do Iraque, Saddam Hussein, entraram com recurso contra a pena de morte a que ele foi sentenciado em novembro. Saddam foi condenado pelas mortes de 148 pessoas na aldeia de Dujail, em 1982.
"Hoje, os advogados da defesa vieram ao tribunal e apresentaram contra a sentença de morte a que Saddam Hussein foi condenado e contra outras sentenças do caso Dujail", disse o porta-voz do Alto Tribunal Iraquiano, Raid Juhi. Também foram condenados à morte Barzam Ibrahim, meio-irmão de Saddam e chefe da inteligência iraquiana por ocasião do massacre de Dujail, e Awad Hamed al-Bandar, chefe do Tribunal Revolucionário do Iraque, que emitiu as sentenças de morte contra os moradores de Dujail. O ex-vice-presidente iraquiano Taha Yassin Ramadan foi sentenciado à prisão perpétua e outros três réus foram condenados a até 15 anos de prisão.
O Alto Tribunal Iraquiano não tem prazo para decidir sobre o recurso, mas a lei iraquiana determina que sentenças de morte sejam cumpridas num prazo de 30 dias depois da decisão do recurso.
Embora Saddam Hussein seja acusado de crimes muito mais graves do que o massacre de Dujail, inclusive do uso de armas químicas e biológicas contra populações civis, acredita-se que esse caso tenha sido escolhido para ser julgado primeiro porque outros julgamentos dariam ao ex-presidente a oportunidade de apontar em público aqueles que forneceram amostras de bactérias e de produtos químicos letais a seu regime – especialmente os governos dos EUA e do Reino Unido.