Saco e cinza

A Frente Parlamentar Evangélica da Câmara dos Deputados, hoje formada por 58 deputados distribuídos por 14 partidos, já avisou que é contra e pretende mobilizar-se pela derrubada do dispositivo das listas fechadas abrigadas pelo texto da reforma política, a ser votada ainda neste semestre.

O coordenador da frente, deputado Adelor Vieira (PMDB-SC), afirmou que a lista fechada é um artifício introduzido na reforma pelos donos dos partidos, e uma forma de dificultar a candidatura de evangélicos.

Vieira disse ainda que se não houver alternativa, o caminho será organizar um partido evangélico no Brasil, idéia já ventilada pela Igreja Universal do Reino de Deus.

A população evangélica brasileira revelada pelo último Censo é de 25 milhões de pessoas, número suficiente para garantir a eleição de candidatos próprios em muitas cidades e estados.

Com a aprovação da lista fechada, os partidos estarão subordinados a um tipo de voto distrital, cuja maior virtude será evitar a determinados candidatos inteiramente desconhecidos receber a maior parte dos sufrágios de algumas zonas eleitorais.

Os deputados evangélicos sabem onde o sapato aperta e tentam desobstruir o caminho de volta ao Congresso em 2006. Ainda não se viu deputado evangélico disposto a vestir-se de saco ou cobrir-se de cinza pela rejeição da incômoda, mas saneadora medida. 

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