São José dos Campos, SP ? Uma comissão técnica da agência espacial da Rússia está no Brasil para se encontrar com os pesquisadores responsáveis pelas pesquisas científicas que serão levadas ao espaço pelo astronauta brasileiro, o tenente-coronel Marco Pontes. O país vai enviar nove experimentos, nas áreas de engenharia, física, microeletrônica, nanotecnologia e biotecnologia.
Hoje (23), os técnicos estrangeiros visitaram o laboratório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), onde serão realizados os testes que vão garantir a segurança do material que será levado ao espaço. "É essencial verificar a capacidade de resistência dos experimentos em relação à vibração, temperatura e tipos de materiais, para não pôr em risco a estrutura da estação espacial e a vida dos tripulantes", disse o engenheiro de Sistemas das Cargas Úteis do Inpe, Otávio Bogossian.
Os testes serão realizados durante quatro dias. Testes complementares, se necessários, serão feitos a partir de sexta-feira (27). Se forem aprovados, os experimentos serão levados à Rússia 40 dias antes da partida de Pontes. A viagem, que estava marcada para o dia 22 de março, foi adiada hoje para o fim de março. O fabricante da nave russa Soyuz pediu o adiamento para fazer novas verificações no foguete. "Atrasos como esses são comuns. O que não podemos é colocar em risco a vida das pessoas envolvidas. Isso não vai interferir nos planos do Brasil em relação à viagem", afirmou o coordenador da Missão brasileira, Raimundo Mussi.
A missão foi batizada de Centenário para homenagear os cem anos do primeiro vôo do 14 Bis, construído pelo brasileiro Santos Dumont. Para levar o astronauta brasileiro na nave russa Soyuz, o Brasil fechou um acordo com o governo russo.