Ruralistas reclamam de falta do PAC com agronegócio

"É um absurdo o PAC não ter medidas para o agronegócio". A afirmação do líder da minoria, deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) não é mera e inócua chiadeira de oposicionista, mas sim a expressão do sentimento de uma das bancadas mais fortes do Congresso, a ruralista, e encontra forte eco também em parlamentares da base do governo, de diferentes matizes políticos.

Um influente deputado petista disse que dificilmente o PAC sairá do Congresso sem medidas de incentivo ao setor, possivelmente discutidas no âmbito das desonerações tributárias. "Alguma medida para a agricultura será tomada aqui", afirmou a fonte. Além da pressão dos ruralistas, o PAC será pretexto também para empresários de outros setores da economia pressionarem por mais desoneração.

"Sempre que há medidas de desoneração, aparecem os grupos de pressão que querem desonerar mais. Termos que vigiar, como base do governo, para manter o equilíbrio fiscal", avalia o deputado Ciro Gomes (PSB-CE). "As desonerações do PAC foram pequenas e de alcance limitado, mas defende que, se forem feitas mais desonerações, elas sejam direcionadas para os investimentos. Fora disso, sou contra", disse o deputado Armando Monteiro Neto (PTB-RN), presidente da Confederação Nacional da Indústria.

O PAC também será palco de pressão dos governadores para melhorar as finanças estaduais. Além de reclamarem de perda de arrecadação com as desonerações de tributos compartilhados, governadores deverão cobrar mais recursos federais e realização de obras que rendam dividendos políticos não só ao governo federal, avaliam alguns parlamentares, como o líder do PMDB, deputado Henrique Alves (RN), que aguarda reunião com os ministros da área econômica na semana que vem para tecer avaliações mais profundas sobre o PAC.

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