O protesto de agricultores do Paraná, que vinha se desenrolando desde domingo na região noroeste do Estado, com bloqueio das linhas ferroviárias em Maringá e Marialva, estendeu-se hoje (9) para a região norte. Cerca de 700 produtores, de acordo com o Sindicato Rural de Rolândia, também bloquearam a linha de trem que passa pela cidade, colocando tratores sobre os trilhos. Com isso, a América Latina Logística (ALL) deixou de trafegar com cerca de 20 mil toneladas de produtos agrícolas e combustíveis.
Em Maringá e Marialva, a ALL conseguiu liminares de reintegração de posse das linhas. Os produtores, temendo uma multa de R$ 50 mil por dia, decidiram acatar a determinação e liberaram o trecho de Maringá, mas o outro permaneceu fechado. Na região também foram fechados os entrepostos da Cooperativa Cocamar, que apóia a manifestação. Em Astorga, o protesto foi em frente à agência do Banco do Brasil, que permaneceu fechado. "O movimento está crescendo", disse o presidente do Sindicato Rural de Maringá, José Antonio Borghi.
Em Rolândia, a manifestação começou com um ato público na praça principal. De lá os produtores foram ao Banco do Brasil, onde entregaram cartas pedindo a prorrogação de suas dívidas. "Ninguém consegue pagar", ponderou o produtor Moacir Canônico. "A política econômica está nos matando." Dali os produtores saíram com tratores pela cidade e tiveram o apoio dos comerciantes, que baixaram as portas dos estabelecimentos. Sobre a linha férrea, que corta a cidade, colocaram os tratores. "Vamos ficar por tempo indeterminado", prometeu Canônico.
