Ruralistas acusam Lula de apoiar ações do MST

A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao assentamento Lulão, nesta quarta-feira, em Santa Cruz Cabrália, na Bahia, foi criticada por representantes das principais entidades ruralistas do País. Para eles, ir a encontro com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) durante a jornada de invasões de fazendas e prédios públicos que o movimento promove mostra o "conluio" do presidente com um segmento que consideram fora da lei.

A coordenadora estadual do MST, Maria Aparecida Gonçalves, disse que a elite e, principalmente, os latifundiários têm dificuldade para entender o papel do movimento social e fazem de tudo para criminalizar o MST. Segundo ela, as ocupações são uma forma consagrada e legítima de luta pela terra.

"Fica claro que o MST é aliado do presidente Lula e que Lula apóia os atos de ilegalidade que o MST pratica", disse o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), João Arruda Sampaio. Para ele, o presidente não devia negociar com criminosos. "Mas o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e o presidente abastecem o MST com dinheiro e cestas básicas."

O presidente da Associação de Produtores Rurais do Mato Grosso, Ricardo Castro Cunha, considerou uma "irresponsabilidade" a visita ao assentamento. "Ele (Lula) fomenta as invasões e vai tomar café com os sem-terra." Segundo Cunha, o presidente é o principal responsável pelas invasões e pelo clima de conflito no campo.

"O presidente engana com promessas esse pessoal, que não tem aptidão para a terra, e faz com que a reforma agrária seja o fracasso que é." Carlos Sperotto, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, disse que as invasões que estão desestabilizando o setor rural são apoiadas pelo governo. "Tudo é combinado e pré-anunciado."

Ele manifestou solidariedade ao presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, que teve sua fazenda, no Pontal do Paranapanema, invadida pelo MST na segunda-feira.

Nabhan acusou o movimento de usar recursos repassados pelo governo para suas ações "criminosas". "Quem banca o combustível, o transporte, a cesta básica? O dinheiro deles vem do governo e, quando o repasse diminui, anunciam as invasões."

João Bosco Leal, presidente do Movimento Nacional de Produtores, disse que a jornada não visa um pleito social, mas a ações criminosas de vandalismo e depredações. "O presidente Lula o PT e setores da Igreja apóiam esses criminosos."

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