Rural admite movimentação na conta de Valério em Brasília

O gerente responsável pelo Banco Rural em Brasília, Lucas Silva Roque, admitiu
ontem que sua agência movimentou dinheiro das contas das empresas do
publicitário Marcos Valério. O escritório do Rural no 9.º andar do edifício
anexo ao Shopping Brasília foi apontado por Roberto Jefferson, em depoimento à
CPI, como ponto de coleta do mensalão.

Pego de surpresa pela revelação de
Jefferson, o gerente confirmou que "pessoas que negociavam com ele (Marcos
Valério)" freqüentavam a agência, mas disse que não podia dar mais detalhes por
causa do sigilo bancário. "Tudo que ocorreu aqui foi na maior normalidade e em
conformidade com as regras do Banco Central", disse Roque, salientando que todos
os saques em dinheiro acima de R$ 9,9 mil são feitos mediante registro e
identificação de quem sacou.

De acordo com dados do Conselho de Controle
de Atividades Financeiras (Coaf), cerca de R$ 20,9 milhões foram sacados em
dinheiro das contas das empresas do publicitário no Banco Rural e no Banco do
Brasil nos últimos dois anos. O fato de parte dos saques ter sido feita de uma
agência em Brasília e não em Belo Horizonte, onde ficam as sedes da DNA e SMPB,
seria mais um indício de que o dinheiro pode ter sido usado para comprar
políticos e não para pagar fornecedores e distribuir lucros entre sócios, como
alegou Valério no depoimento à Polícia Federal e à Comissão de Sindicância.
Antes, ele dissera que o dinheiro era para comprar bois.

A CPI também
deve solicitar à administração do Shopping Brasília os registros de entrada no
prédio desde 2003 para buscar identificar as pessoas que freqüentavam a agência.

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