O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, negou há pouco que o
governo norte-americano pretenda monitorar o espaço aéreo argentino, ou de
outros países da América Latina. A notícia foi publicada nos jornais argentinos,
ontem, logo depois de sua visita àquele País. "Não acreditem em tudo o que sai
nos jornais. Não vi esse artigo, mas posso dizer que ele está errado. Se
houvesse algo nesse sentido, eu teria sido informado", afirmou Rumsfeld. "Saiba
que não discutimos absolutamente nada disso no Brasil", ressaltou o secretário,
que está no País a convite do vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar
para, entre outros objetivos, conhecer o Sistema de Vigilância da Amazônia
(Sivam).
Rumsfeld afirmou que desconhece comentários de um dos diretores
do FBI sobre possível falsificação de passaportes brasileiros para que
terroristas pudessem ingressar nos Estados Unidos. "Não ouvi comentários por
parte da direção do FBI. Seria preocupante. Mas eu não ouvi",
insistiu.
Rumsfeld fez questão de acentuar a parceria entre Brasil e os
Estados Unidos em questões de defesa, desde a 2ª Guerra Mundial, e mais
recentemente sobre a liderança do Brasil da Força de Estabilização das Nações
Unidas no Haiti. Segundo o secretário, o Brasil deve ter orgulho da sua
liderança regional e de sua iniciativa de compor uma coalizão de países
latino-americanos para atuar no Haiti. "Os Estados Unidos e outros países do
hemisfério estão agradecidos ao Brasil, ao seu governo e às suas Forças
Armadas", afirmou Rumsfeld, que considerou essa atuação como um "crédito" ao
País.
Apesar disso, o secretário desviou-se mais uma vez ao responder
sobre um possível apoio dos Estados Unidos para que o Brasil torne-se membro
permanente do Conselho de Segurança da ONU. "O Departamento de Defesa não tem
papel na definição dessa posição. Essa é uma questão para o presidente dos
Estados unidos e para o secretário de Estado", disse.
