paulobernardo2220305.jpgAntes mesmo de tomar posse oficialmente, o novo ministro do Planejamento, deputado Paulo Bernardo, já alertava aos mais desavisados: sua indicação para o cargo não representa nenhum sinal de alteração nos rumos da política econômica do governo. O recado vai direto para os petistas insatisfeitos com a equipe econômica e esperançosos de que a reforma ministerial incluísse um nome para o ministério do Planejamento que representasse um contraponto ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci. "Esse é um tema bastante debatido no PT e deverá continuar sendo. Vai mudar o ministro, mas não mudará nada na política econômica", afirmou, minutos deixar o Palácio do Planalto onde se encontrou com presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Representante da ala moderada do PT, Bernardo recusou-se a opinar sobre temas que costumam acirrar os ânimos dentro do governo e que deverão estar na pauta já nos seus primeiros dias de mandato. Um deles trata da renovação do atual acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo brasileiro tem até a próxima semana, quando terminar o acerto em vigor, para decidir se precisará ou não manter o aval financeiro do Fundo.

Outra discussão, ainda mais polêmica, diz respeito ao aumento do aperto fiscal para este ano. Inicialmente, o governo pretende economizar, ao longo de 2005, 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), sem contabilizar os gastos com pagamento de juros que incidem sobre a dívida pública.

No entanto, uma parte da equipe econômica defende que esse porcentual seja elevado, a exemplo do que ocorreu em 2004. A meta do ano de 4,25% do PIB foi elevada para 4,5% do PIB e, diante do aumento de arrecadação, o governo conseguiu fechar o ano com 4,61% do PIB. "Vou pular essa pergunta. Deixa eu pensar um pouco", brincou Bernardo ao ser questionado sobre qual seria a sua opinião sobre esses assuntos.

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