Roubos de fios de cobre da indústria deram prejuízo de R$ 3,5 milhões em 2004

O Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo (Sindicel) informou que os roubos de fios e cabos de cobre atingiram 240 toneladas em 2004. O prejuízo das empresas foi de R$ 3,5 milhões, 66% superior às perdas de 2003, que somaram R$ 2,1 milhões. O levantamento feito pelo sindicato em parceira com a Associação Brasileira do Cobre (ABC) indica roubos nas fábricas ou durante o transporte dos materiais.

A pesquisa aponta para uma maior profissionalização do crime, pois apesar da queda de 88% no número de ocorrências, de 47 furtos em 2003 para 25 em 2004, o volume de cobre roubado no ano passado foi 15% superior ao registrado em 2003. Somente em setembro, 203 toneladas de cobre foram roubadas em invasões a três fábricas paulistas, com perda avaliada em R$ 3 milhões.

Segundo o presidente do Sindicel, Sérgio Aredes, os segmentos mais visados pelo crime são aqueles que utilizam o cobre, como telecomunicações, energia e comunicação de dados. "Essa atividade criminosa se tornou altamente lucrativa e precisamos de inteligência e ação coordenada para reverter a situação", afirmou.

Leilões

Para Aredes, uma das soluções para diminuir a ocorrência desses crimes seria pela restrição da participação de sucateiros nos leilões de cabos usados dos segmentos de telecomunicações e energia elétrica. De acordo com ele, em alguns leilões, a sucata é comprada por um valor superior ao valor do cobre novo, e os criminosos utilizam a nota fiscal de compra de cobre do leilão para cobrir os roubos que são feitos. "Alguns dos sucateiros que participam dos leilões não estão lá para comprar o cobre, mas para comprar a nota fiscal", denunciou.

"As empresas deveriam estabelecer critérios para a participação desses leilões, como seleção e cadastramento de bons sucateiros", acrescentou. O sindicato sugere também que as empresas transformadoras de cobre assumam o compromisso de processar sucata somente quando a origem for comprovada.

O Sindicel informou que está trabalhando com a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo para solucionar os casos de roubo.

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