O comando do grupo político do pré-candidato do PMDB à Presidência, Anthony Garotinho, avalia com seriedade a possibilidade de sua mulher, a governadora do Rio, Rosinha Garotinho (PMDB), renunciar ao cargo até dia 31, para liberá-lo para disputar outro posto que não o Palácio do Planalto. A decisão, que indicaria que Garotinho admite não ser candidato a presidente da República, só deverá ser anunciada perto do fim do período legal – a próxima sexta-feira, 31, até meia-noite -, mas a alternativa de saída da peemedebista do posto é forte, admitem auxiliares da governadora. Apesar das repetidas declarações de Garotinho de que ela ficaria, ontem o quadro era indefinido, e a possível saída, analisada com boa probabilidade de se concretizar.
"As possibilidades de a governadora sair ou ficar são de 50%", disse à Agência Estado um integrante da cúpula do governo estadual, que pediu anonimato.
Enquanto repete em entrevistas que Rosinha ficará no cargo, Garotinho, como é de seu estilo, se movimenta em sentido inverso. Ontem, conversou com o vice-governador, Luiz Paulo Conde, também do PMDB, numa sondagem sobre a hipótese de o vice substituir Rosinha. O encontro foi na presença de outros interlocutores, à noite, no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governo do Rio. Até agora, porém, nada ficou oficialmente definido. Integrantes da cúpula peemedebista dizem que Garotinho se inclina pela renúncia, mas Rosinha não gosta da idéia. O provável é que o prazo para decidir seja esticado pelo tempo necessário.
Amanhã Garotinho estará em Brasília para participar da reunião da executiva nacional do PMDB. Espera-se novo confronto entre os partidários da sua candidatura e os governistas. Dependendo do resultado, a possibilidade de renúncia de Rosinha poderá se tornar mais próxima. Outro fator que pode pesar é a disposição de Garotinho: nos últimos dias, após o fracasso de sua tentativa de se tornar candidato do PMDB a presidente por meio das prévias, ele tem demonstrado abatimento, embora reafirme a sua candidatura.
