Roriz e Magela partem para o segundo turno no Distrito Federal

No Distrito Federal, haverá segundo turno entre o governador Joaquim Roriz (PMDB) e o deputado Geraldo Magela (PT). Assim como ocorreu em 1998, a eleição no Distrito Federal foi marcada por surpresas. A primeira delas: Roriz, que era o favorito, teve um desempenho aquém do esperado. Isso o impediu de reeleger-se no primeiro turno. Outra surpresa: Magela, que nas pesquisas eleitorais tinha 35% das intenções de voto, aparece no resultado parcial (96%) divulgado pela Justiça Eleitoral, com 40,87% dos votos válidos, somente 2,08% a menos que Roriz (42,95%).

Diante do quadro, o PT comemorou o feito. Há pouco tempo, os próprios petistas consideravam como certa a reeleição do governador do PMDB no primeiro turno. Nem sequer haviam superado o trauma da eleição de 1998, quando o então governador Cristovam Buarque (PT) perdeu para Roriz num duelo acirrado no segundo turno, contrariando as pesquisas de opinião feitas na época.

Para tentar derrotar o peemedebista, o PT deixou claro hoje que as armas da campanha serão as mesmas do primeiro turno. Vai explorar as denúncias de envolvimento do governador num suposto esquema de grilagem de terras públicas e fará uma campanha afinada com a do presidenciável petista Luiz Inácio Lula da Silva. Pelos dados parciais no Distrito Federal, Lula conquistou 49,1% dos votos válidos. Atrás, ficaram Anthony Garotinho (PSB), com 18,2%, José Serra (PSDB) com 16,8%, e Ciro Gomes (PPS) com 15,3%.

Frustrado com o resultado, Joaquim Roriz culpou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo fato de não ter vencido a eleição no primeiro turno. Decidiu encaminhar hoje um pedido ao TSE para que altere o sistema de votação e retire do software o comando para a impressão do voto. Segundo ele, o complexo sistema o prejudicou, já que seus eleitores, a maioria de classe baixa, se confundiram na hora de manusear a urna eletrônica.

Vítima

“A vítima do processo foi Joaquim Roriz. Se eu não tivesse autocontrole, estaria fazendo uma revolução, pedindo a anulação das eleições”, afirmou, em entrevista coletiva. “A propaganda do TSE na TV estava errada, porque não avisou ao eleitor de Brasília que haveria mais um comando a ser dado por causa da impressão do voto”, completou. Ele próprio disse ter tido dificuldades para votar. Disse ainda que fará campanha ao lado de Serra.

Satisfeito com seu desempenho, Magela já começou a fazer contatos em busca de apoio para o pleito de 27 de outubro. Quer formar uma grande aliança com os candidatos derrotados para atrair seus eleitores. Até as 21h30, com 98% das urnas apuradas no Distrito Federal, Benedito Domingos aparecia com 7,2% dos votos válidos, Rodrigo Rollemberg (PSB) com 6,85% e Carlos Alberto Torres (PPS) com 1,65%. Segundo Magela, Rollemberg e Carlos Alberto já sinalizaram que deverão apoiá-lo.

A oposição também comemorou o resultado da disputa pelas 8 vagas da Câmara dos Deputados.Deverão ser eleitos 3 deputados da coligação PT-PC do B. Ao contrário do que se esperava, o governador só deverá conseguir fazer 5 federais e não 6.

O campeão de votos foi o ex-senador José Roberto Arruda (PFL), envolvido no escândalo da fraude no painel eletrônico de votação do Senado. Na Câmara Legislativa, Roriz não ampliou suas forças. Dos 24 deputados distritais, o governador deverá ter 16 ou 17 parlamentares. Esperava eleger 18. Para o Senado, foram eleitos Cristovam Buarque e Paulo Octávio (PFL).

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