Roraima e a crise da Raposa

A questão da reserva Raposa Serra do Sol, no norte de Roraima, na fronteira do Brasil com a Guiana e com a Venezuela, ganhou uma dimensão maior nos últimos dias. Bem ao estilo da política rasteira, houve tentativas de atentados contra índios, arrozeiros e posseiros, deputado chamando ministro de ?terrorista?, prisão de prefeito e confusão em plena Câmara dos Deputados.

Tivéssemos mais seriedade e serenidade – na discussão política e seria possível medir os interesses dos envolvidos e o mais importante, o interesse nacional. Por mais que pareça ser um evento distante, a instituição da Raposa Serra do Sol tem reflexos em todo o País.

A começar pela discussão da soberania nacional. Para demarcar a reserva, o governo precisa ter um plano claro de acompanhamento dos quase dois mil quilômetros de fronteira. Não que haja riscos, mas não se pode esquecer que a região também é fronteiriça com a Venezuela, e todos precisam estar preparados para os arroubos totalitários de Hugo Chávez. É uma área de segurança nacional, e isto deve ser, obrigatoriamente, levado em conta.

Outro fator a necessidade de quem vive e trabalha lá. Como em toda região, na área da Raposa Serra do Sol há gente que se aproveita dos recursos naturais em benefício próprio. Só que outros vivem para seu sustento, plantando e vendendo suas safras.

Como fica essa gente?

Também não se pode esquecer a questão indígena. É óbvio que as tribos que lá vivem precisam ter seu espaço, não são obrigados a viver integrados na sociedade urbana. Mas qual é o limite? Caberia às nações indígenas um território 31 vezes maior que a cidade de São Paulo? E se todas as raças se julgassem ?donas? de uma região? Não estamos acirrando ainda mais o preconceito, de um lado e de outro. E isso sem olvidar que as próprias tribos não se entendem.

São questões fundamentais nesta discussão, que não pode ser feita com pressa (há muito o que estudar) nem de forma vagarosa (índios e agricultores precisam de uma resposta).

E que a definição saia de forma apolítica, sem influências e pressões indevidas.

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