O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, informou que não apresentou um pedido de adesão do Brasil à "Opep do gás", organização composta pela Venezuela, Argentina e Bolívia. Mas em conversa com o ministro de Energia da Bolívia, Carlos Villegas, Rondeau defendeu que esse tema precisa ser aprofundado e que o Brasil deve ter assento nessa organização "na discussão de como será formado o preço do gás na América do Sul".
"Sou favorável que se estude essa questão", afirmou, ao ser questionado se estava a favor da adesão do Brasil à "Opep do gás". Rondeau deixou transparecer o mal-estar causado no governo brasileiro, pela decisão da Venezuela, Argentina e Bolívia em agregarem uma organização para regular o mercado do gás. "Tomei conhecimento apenas agora. O Brasil é um país que produz, consome e importa gás", afirmou o ministro, referindo-se à produção diária de 50 milhões de metros cúbicos pela Petrobras.
Segundo Rondeau, é preciso haver mais isonomia entre os países sul-americanos para o tratamento dessa questão. Ele informou que a posição brasileira recebeu o apoio da Colômbia e Peru que também são países produtores. "Esse assunto tem de ser aprofundado para ver ser é o momento de a América do Sul ter uma organização de países produtores e exportadores de gás. Não tenho certeza se este é o momento. A América do Sul ainda é muito incipiente no mercado de gás". Opep é a sigla para Organização dos Países Exportadores de Petróleo, composta por países que detêm algumas das maiores reservas de petróleo do mundo.
O ministro afirmou ainda que é totalmente contrário à cartelização do setor. Defendeu que a nova organização deva, no futuro, definir o melhor preço do gás para promover a América do Sul e não para "criar um comitê formador de preços com cartel". O ministro ainda afirmou que espera que o governo boliviano respeite seu contrato de fornecimento de gás para o Brasil. O transporte do insumo foi ameaçado por manifestantes da região da Tarija que querem bloqueá-lo.