Dunga obteve a quarta vitória em cinco jogos no comando da seleção brasileira: 2 a 1 contra o Equador, ontem, em Estocolmo. Mais um triunfo sem grande expressão – como havia ocorrido diante de País de Gales e Kuwait -, mas que dá confiança ao treinador e ajuda, aos poucos, a resgatar o moral do grupo, abalado após o fracasso na Alemanha. De interessante mesmo no confronto sul-americano foi o bom desempenho de Ronaldinho Gaúcho no segundo tempo. O craque iniciou a partida no banco e entrou bem, com chutes perigosos e bom passe para o gol da vitória, marcado pelo meia Kaká.

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‘Acho que, agora, acaba essa questão de que o Ronaldinho e eu não podemos jogar juntos na seleção’, disparou Kaká, que teve atuação eficiente. Os dois podem ser titulares do time de Dunga – têm entrosamento e se entendem bem em campo. Ronaldinho só foi para a reserva, ontem, porque vinha jogando de forma burocrática sem brilho.

Desde maio não era capaz de pôr em prática o repertório que o levou a ser escolhido duas vezes como o melhor do mundo. Diante do Equador já melhorou bastante em relação às últimas semanas.

O resultado não merece, no entanto, muita festa. Como não mereceram os 2 a 0 sobre País de Gales e os 4 a 0 contra o Kuwait. Na gestão Dunga, valeu mesmo a boa vitória sobre a Argentina (3 a 0), no mês passado, em Londres.

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O desempenho brasileiro no lotado Estádio Rasunda – o mesmo do título mundial de 58 – esteve longe de empolgar, a não ser alguns torcedores que invadiram o campo. A seleção, na realidade só conseguiu abrir espaços e incomodar o adversário após os 28 minutos do 1.º tempo, quando Valencia deu cotovelada em Dudu Cearense e foi expulso. Àquela altura, o time de Dunga perdia por 1 a 0 – gol de Borja, em falha do goleiro Gomes e da dupla de zaga – e pouco fazia no setor ofensivo.

O mais perigoso era Robinho, com chutes de longa distância. É verdade que a equipe foi prejudicada pela violência dos equatorianos . Mas faltou futebol. Pouco antes do intervalo, o bom atacante Fred mostrou oportunismo e empatou o amistoso.

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Com a vantagem de um jogador a mais em campo, Dunga tirou Dudu Cearense e colocou Ronaldinho. Mesmo não sendo brilhante, o Brasil cresceu e passou a pressionar o rival. Que, aliás, se limitou a jogar na defesa na segunda etapa. Após algumas oportunidades desperdiçadas, a seleção cinco vezes campeã do mundo chegou ao gol da vitória. Ronaldinho deu ótimo passe para Kaká marcar. No fim, o meia-atacante do Barcelona teve tempo para cobrar duas faltas na trave do fraco goleiro Mora.

O último compromisso da seleção que não se apresenta no Brasil será na Basiléia, em 15 de novembro, contra a Suíça.