Fringe

Romeu e Julieta mais alegres no Festival de Curitiba

A obra Romeu e Julieta, de William Shakespeare, é uma das tragédias mais conhecidas no mundo e fala do romance entre dois adolescentes de famílias rivais, Montecchio e Capuleto, respectivamente.

Mas para apresentar a obra para o público infantil, o grupo catarinense Elefants fez uma releitura usando muitas cores fortes e vibrantes, além de recursos visuais como maquiagem, bonecos, jogo de luzes, a alquimia do frei, bolhas de sabão e a linguagem clown, forma de arte que faz uma caricatura do ser humano, representando todas as suas emoções.

A abordagem tem quatro personagens: Romeu, Julieta, Frei Lourenço (também é narrador) e a ama de Julieta, e todos os quais são palhaços. O diretor Márcio Cabral afirma que o recurso foi usado para deixar a obra mais leve (a cena do suicídio do casal é feita com bonecos movimentados pelos próprios atores) e atrair a atenção das crianças, além de justificar o lado pejorativo do termo palhaçada.

“Não deixa de ser uma trama. Todas as adaptações da obra para as crianças não trabalham com a morte, e temos de abordar este tema com elas, porque é necessário. Também não vamos tratá-las como inferiores intelectualmente, pois há releituras que parecem vê-las assim”. Inclusive, o grupo adicionou, ao nome da peça, o subtítulo “Shakespeare para todos”, justamente para reforçar a intenção de levar as crianças ao teatro.

Atrapalhado e em formação. É assim que Willian Mario define seu personagem, Romeu. “Ele é um adolescente inseguro. A retirada do nariz (de palhaço) faz com que ele fique mais adulto. No processo de formação, o fato dele ser jovem pesou nas características durante a peça”.

Marina Bento faz o papel da ama, a qual ajudou a criar Julieta e tem uma relação de mãe com a jovem. “Ela é amorosa com a adolescente, mas também precisa fazer o papel de durona. É um dos personagens mais engraçados da peça”, conta.

Com base no figurino, parte física e o jeito de caminhar, Marina montou sua personagem. “A partir disso e do entendimento de sua trajetória, foi desenvolvida a voz”. Sobre o festival, a curitibana diz que o viu crescer e gosta da oportunidade dos artistas se apresentarem e se tornarem mais conhecidos.

A expectadora Amanda Marcel conta que foi assistir à peça por ser de Shakespeare e por abordar as crianças. “É Shakespeare voltado para crianças, e como temos uma pessoa especial, a peça é bacana”. Quanto ao festival, Amanda diz que as pessoas podem ter acesso ao teatro, os preços são acessíveis e como ocorrem pela cidade inteira, muitas pessoas podem ir.

Informações

A peça não tem cenário. Todos os efeitos são moldados pelas luzes e a trilha sonora é composta por músicas instrumentais de Christina Perri, Coldplay e One Direction, entre outros. Alguns trechos originais e características dos personagens foram conservados ao mesmo tempo que há adaptações em cena.

A peça faz parte do Fringe e tem três datas: 03/04, às 10h, 04/04, às 14h e 05/04, às 17h. A peça tem 1h10 de duração e está sendo apresentada no Villa Hauer Cultural, localizado na rua Bom Jesus de Iguape, 2121. Os ingressos custam R$ 15,00 (meia-entrada) e R$ 30,00 (inteira).