O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse hoje (6) em plenário que está sendo vítima de "armação" de um assessor do governador do seu estado, Otomar Pinto. Segundo Jucá, o assessor teria oferecido R$ 350 mil para que o ex-motorista do senador, Roberto Jefferson Marques, assumisse ter sacado R$ 50 mil do Banco Rural em nome dele, no esquema de pagamentos a parlamentares, o chamado "valerioduto".

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O ex-motorista foi ouvido pela Polícia Federal ontem (5), em Roraima, onde negou essa versão publicada pela imprensa. De acordo com Jucá, Marques disse à Polícia Federal que foi procurado por Joaquim Pinto Souto Maior Neto, adjunto da Casa Civl do Estado, que lhe ofereceu R$ 350 mil para ele assumir ser o verdadeiro Roberto Marques procurado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios e que teria sacado os R$ 50 mil.

O senador se colocou à disposição da CPMI e da Polícia Federal para prestar esclarecimentos e também pediu investigações sobre as denúncias, depois de ter conversado com o presidente da Comissão, senador Delcidio Amaral (PT-MS). Jucá também pediu ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal proteção para o seu ex-motorista.

E informou que o corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), tomará amanhã (7) o depoimento do motorista, que deverá chegar ainda hoje a Brasília. O assessor do governador, acrescentou, também será chamado para depor.

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Em plenário, Romero Jucá leu trechos do depoimento dado ontem por Roberto Marques na Polícia Federal, no qual afirma que há cinco anos não sai de Roraima e que não recebeu dinheiro do Banco Rural, em Brasília. O senador disse ainda que a CPMI já concluiu que o saque no banco não foi feito por "um Roberto Marques", mas por outra pessoa, de nome Luiz Carlos Manzano.