O primeiro round da CPI do Apagão Aéreo na Câmara dos Deputados foi vencido pelo governo. Dos 24 integrantes, 16 pertencem à coalizão parlamentar e, na maioria, são quase desconhecidos por sua atuação nas comissões ou no plenário.
Por exemplo, a presidência foi confiada ao deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), e a relatoria ao petista gaúcho, Marco Maia, dos quais pouco se ouviu falar. Apesar de não haver, no fato do desconhecimento, razão válida para pôr em dúvida o interesse público ou a capacidade de trabalho dos referidos parlamentares, não se deve descartar a probabilidade do rolo compressor do governo ter começado a funcionar.
A presidência e a relatoria acabaram ficando com PMDB e PT, de acordo com a norma regimental de serem as suas as maiores bancadas na Câmara. Todavia, não haveria surpresa se um dos cargos tivesse sido entregue a um representante da minoria, tendo em vista a tradição de convivência civilista entre os congressistas.
Nesse caso, o autor do requerimento para a instalação da CPI, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), lutava para ser indicado à presidência e chegou a se lançar como candidato. Foi, no entanto, preterido por 16 votos a oito em favor de Castro.
A CPI pretende iniciar suas atividades com a investigação da queda do avião da Gol, que matou 154 pessoas no ano passado e desencadeou uma crise sem precedentes no setor, culminando com o motim dos sargentos da Aeronáutica, responsáveis pelos serviços de controle do tráfego aéreo em território nacional.
Irregularidades administrativas, imputadas a ex-diretores da Infraero durante o primeiro governo Lula, serão, também, investigadas pela CPI, que prometeu não fazer corpo mole, inclusive, convocando ministros para depor.
Dentre os parlamentares paranaenses três são membros titulares da CPI: Gustavo Fruet (PSDB), André Vargas (PT) e Nelson Meurer (PP). A maior visibilidade, além de Fruet, cuja atuação mereceu destaque na CPI dos Correios, pertence aos deputados Fernando Gabeira (PV-RJ), Luciana Genro (PSOL-RS) e Paes Landin (PTB-PI). Espera-se que exerçam influência positiva sobre os neófitos.