O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, avalia que o surto de febre aftosa no País trará prejuízos de US$ 250 milhões apenas nas exportações de carne do Brasil em 2005. O ministro, considerado persona non-grata em Londrina (Paraná) pela forma que lidou com a crise, revelou ainda que estará enviando na semana que vem uma missão do governo à Europa para tentar explicar o problema às autoridades sanitárias de Bruxelas.
"Vamos ser claros com os europeus e contar o que ocorreu", afirmou o ministro. O surto no Paraná foi confirmado apenas na semana passada, depois de 47 dias entre as primeiras suspeitas e o teste final e que confirmou a aftosa. "Isso não poderia ter ocorrido", disse.
Os europeus avaliaram a situação do Brasil na semana passada e não ficaram nada satisfeitos com a forma pela qual o governo está tratando da situação. Depois dos primeiros surtos no Mato Grosso do Sul, os europeus decretaram um embargo à carne brasileira e pediram medidas do Brasil para não permitir que isso se repetisse. Mas a demora para confirmar o caso no Paraná levantou as suspeitas da Europa de que o governo não estava conseguindo sequer controlar a situação. Rodrigues revelou ainda que está fazendo um convite aos veterinários da União Européia (UE) para que visitem o Brasil e verifiquem o que está sendo feito.
Na Europa, vários importadores começam a buscar novos fornecedores de carne depois do embargo imposto contra o Brasil de seis meses. Um deles, na Alemanha, já mudou de fornecedor e agora compra dos uruguaios. Até mesmo o hotel onde a seleção brasileira de futebol vai se hospedar em Weggis, na Suíça, para se preparar para a Copa do Mundo em 2006, já avisou: sua cozinha cinco estrelas não terá como servir carne brasileira aos jogadores.