O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, comentou hoje, por meio de sua Assessoria de Imprensa a decisão do governo brasileiro de mudar sua posição em relação à identificação de cargas transgênicas para o mercado externo. "Embora eu seja uma pessoa extremamente disciplinada, não posso deixar de admitir que neste caso eu fui derrotado", disse o ministro por intermédio da assessoria.O prazo para a adaptação da nova rotulagem é de 4 anos.
Ele comentava decisão anunciada ontem à noite em São Paulo pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em relação ao Protocolo de Cartagena. De acordo com a ministra, a partir de agora o País defenderá que os carregamentos contendo organismos geneticamente modificados sejam claramente identificados com a palavra "contém", em vez de "pode conter". "Pode conter" vinha sendo defendido pelo Brasil até agora. Rodrigues liderou movimento encabeçado por representantes da iniciativa privada para que fosse mantida a rotulagem com a palavra "pode conter".
Pelos cálculos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os custos anuais para segregação e rastreamento da soja em grãos poderão chegar a US$ 1 bilhão, considerando a receita cambial de US$ 10 bilhões com os embarques de soja em grão. O Protocolo de Cartagena é um tratado internacional de biossegurança e determina identificação das cargas transportadas de uma país para outro. O termo foi estabelecido na última rodada de negociação sobre o tema, em Montreal, no Canadá, em 2005, e agora está sendo rediscutido durante a 3ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP-3), que começou ontem (13) em Curitiba (PR) e termina na sexta-feira (17).