Brasília – Uma reavaliação da posição do Grupo de Cairns sobre a política de apoio interno, o acesso a mercados e os subsídios à exportações, além de uma aproximação com o G-20 foram defendidos pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, durante a reunião do grupo formado por 19 países exportadores de produtos agropecuários encerrada hoje em San José, na Costa Rica.

Em entrevista concedida por telefone, Rodrigues informou que os participantes da reunião receberam um questionário elaborado pelo Ministério da Agricultura, com perguntas sobre a posição atual em relação a temas como os subsídios internos, por exemplo. Atualmente, segundo o ministro, alguns países defendem a eliminação gradual dos subsídios e por isso seria necessária uma avaliação da posição atual do grupo. ?O Brasil apresentou o questionário que permitirá reestudar a posição do grupo quanto a sua declaração inicial e a partir disso, levar a uma efetiva negociação flexibilizada no capítulo agrícola da Organização Mundial do Comércio”, afirmou. As repostas dos ministros serão transformadas em documento para orientar as possíveis mudanças de posição do Grupo de Cairns.

Para Rodrigues, a aproximação do G-20 com o Grupo de Cairns poderá facilitar as negociações com relação às exportações e políticas de apoio interno, no âmbito da Organização Mundial do Comércio. ?Uma caminhada em conjunto dos dois grupos fortalece vigorosamente as negociações agrícolas na OMC?, afirmou o ministro, lembrando que está prevista para março uma reunião conjunta, em Genebra, dos integrantes dos dois grupos.

O G-20 foi criado na reunião ministerial da OMC em Cancun, no México, em 2003, sob a liderança do Brasil, numa tentativa de concentrar forças contra a pretensão dos países industrializados em continuar protegendo seus mercados, por meio de subsídios aos agricultores e às exportações e adoção de cotas de importação.

Ainda segundo Rodrigues, os Estados Unidos mostraram disposição para flexibilizar as negociações agrícolas com relação aos subsídios. ?Mas condicionada a uma posição também flexível da União Européia?, acrescentou.

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