Jaboticabal (AE) – O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, admitiu hoje (18) que sofre pressões para que ele confirme ou negue a existência de focos de febre aftosa no Paraná, mas garantiu que um anúncio final sobre o assunto será eminentemente técnico. "As pessoas querem uma decisão política. Eu sou pressionado pelo governo e pelos empresários do Paraná para dizer que não é (aftosa). E pelos empresários do resto do Brasil para dizer que é, porque é muito mais fácil dizer que tem um foco, que ele será isolado e que pode voltar a exportar carne", afirmou Rodrigues à Agência Estado.

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"Minha decisão política não será gratuita, será lastreada na eliminação técnica completa de qualquer dúvida que exista", completou o ministro. Ele admitiu ainda estar convencido de que não houve foco de aftosa no Paraná, considerou o sistema de defesa sanitária daquele Estado como um dos melhores do Brasil, mas disse que não poderia oficializar essa posição por não ter informações conclusivas sobre o assunto. O ministro voltou a negar que sua pasta tenha pressionado para que o Paraná assumisse casos da doença,conforme afirmou ontem Newton Pohl Ribas, diretor-geral da Secretaria de Agricultura local.

Rodrigues, entretanto, admitiu ter se precipitado ao dar declarações públicas de que, se tivesse sido caracterizado o foco da doença no Estado seria melhor, porque o problema seria combatido. O ministro explicou que nas análises de laboratório para aftosa, se o resultado der positivo, esgotam o assunto, mas se der negativo,é preciso fazer outra avaliação, o que leva tempo.

"A única coisa que o governo federal quer é esgotar a questão técnica. Mas, enquanto isso, fica a interrogação, a pressão dos dois lados e o mundo olha para nós e fala: esses caras estão mutretando", completou o ministro, que prometeu para a próxima semana um laudo conclusivo sobre a existência, ou não da doença no Paraná.

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