O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dificuldade para impulsionar seus projetos. Depois de anos a fio entalado no Tribunal de Contas da União, até que as irregularidades fossem sanadas, finalmente o pacote de concessões de rodovias federais à iniciativa privada seria colocado em licitação.
Não será assim, pois o governo tomou a decisão de adiar o intento, desistindo do natimorto plano de administrar por si mesmo a cobrança do pedágio e confirmando pela ministra Dilma Rousseff a formulação dum modelo substitutivo ao que aí está.
Segundo os jornais, o recuo do governo foi atribuído a fortes rumores de cartelização das empresas predispostas a disputar a concessão dos sete trechos, nos quais se incluem as importantes rodovias Régis Bittencourt (São Paulo-Curitiba) e Fernão Dias (São Paulo-Belo Horizonte).
É da competência institucional do governo impedir que o interesse popular seja agredido, nesse caso, pela cobrança de tarifas abusivas nas praças de pedágio. Contudo, é também parte da gestão pública arquivar a idéia de se imiscuir e, pior, dificultar a atuação da iniciativa privada.
Em suma, é atordoante constatar que o governo desconfia dos marcos regulatórios, que ele próprio estabelece para reger as atividades em áreas vitais para o desenvolvimento econômico.