O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o francês Pascal Lamy, advertiu ontem que a Rodada Doha, como é conhecida a atual fase de negociações para liberalização do comércio internacional, estará em risco se não houver acordos prévios sobre os capítulos agrícola e industrial até segunda-feira. O alerta foi feito a dois dias do embate entre os ministros dos 30 países mais representativos na OMC, incluindo o Brasil, no Green Room, que começará amanhã à tarde
Em entrevista à imprensa, Lamy destacou que espera ver "os três lados do triângulo" – Estados Unidos, União Européia (UE) e o Brasil com seus sócios do G-20 – colocarem sobre a mesa de negociações propostas mais ambiciosas sobre "as três colunas" da Rodada Doha
Em outras palavras, Lamy quer que Washington (EUA) concorde em fazer um corte mais acentuado nos subsídios aos produtores norte-americanos, que Bruxelas (UE) aceite uma maior abertura de seu mercado para produtos agrícolas e o grupo de economias em desenvolvimento, liderado pelo Brasil, reduza a proteção tarifária ao setor industrial. "Temos três dias para isso. Este é o momento da verdade. Não quero adiar essa decisão. Senão, o projeto inteiro estará em risco", insistiu ele. "Não sou eu quem dá as ordens. É o relógio, e ele está funcionando. Meu dever é olhar o que é necessário para essa Rodada ser concluída neste ano ou no início do próximo.