Robinho deixou o Santos há um ano e meio como maior revelação dos últimos tempos no futebol brasileiro. Viajou para Madri com a expectativa de ganhar o prêmio de melhor do mundo já na primeira temporada européia. Mas não conseguiu levar para os campos europeus o talento que fez dele o grande ídolo santista desde a aposentadoria de Pelé.
Há cinco dias, recebeu o mais duro golpe. Foi excluído até do banco de reservas pelo técnico Fabio Capello no jogo entre Real Madrid e Deportivo La Coruña, domingo, pelo Campeonato Espanhol. Viu das tribunas sua equipe ser facilmente envolvida pelo adversário, perder por 2 a 0 e entrar em crise. Irritado, disse a amigos que, do jeito que as coisas andam na Espanha, prefere deixar o clube. Seria uma saída trágica para sua carreira e uma passagem decepcionante por Madri.
Nos últimos dias, acalmou-se e foi confortado pelos pais e amigos. Tem conversado diariamente com o empresário, Wagner Ribeiro, que o visitará em breve. Ribeiro, ciente da difícil situação do jogador, prefere não falar sobre o tema. Mas demonstra preocupação
Robinho quer se reunir com Pedja Mijatovic, diretor esportivo do clube, para saber qual é o interesse do Real em utilizá-lo. Se perceber que a situação não vai mudar, pedirá para sair.
Capello o colocou em campo ontem, no empate sem gols com o Bétis pela Copa do Rei, em Sevilha. Mas o fato não amenizou sua insatisfação. A competição não é encarada com tanta seriedade pelos times mais badalados.
Alguns titulares, como o goleiro Casillas e o zagueiro Cannavaro foram poupados. Na quarta-feira, por exemplo, o Barcelona escalou equipe mista diante do Alavés.
Capello não anda nada feliz com seu comportamento. Recebeu informações de que o ex-santista tem saído demais à noite – e, muitas vezes, convidado por Ronaldo. Por ser ainda jovem – completará 23 anos no dia 25 -, a diretoria do Real Madrid aposta em sua recuperação e, por isso, não tem intenção de acrescentá-lo agora na lista dos negociáveis.