Mesmo abalado com o seqüestro de sua mãe, dona Marina, sábado à noite, na Praia Grande, litoral sul do Estado de São Paulo, Robinho colocou-se à disposição do técnico do Santos, Vanderlei Luxemburgo, para enfrentar o Criciúma. Porém, o treinador optou por liberá-lo.
No final da manhã deste domingo, Robinho viajou de táxi aéreo, ao lado do vice-presidente do Santos, Norberto Moreira da Silva, do goleiro Júlio Sérgio e do centroavante William, seu amigo desde as equipes de base, de um segurança e do coordenador do departamento de futebol, Evaldo Prudêncio. Chegou à Base Aérea, no Guarujá, às 15h40, e ficou quase meia hora conversando com o diretor do Deinter IV, Alberto Corazza, e policiais da Delegacia Anti-Seqüestro.
O grupo deixou a Base Aérea no carro do goleiro Júlio Sérgio, em alta velocidade. Às 17h, Robinho, William e Júlio Sérgio chegaram ao apartamento em que se encontravam o pai do jogador, Gílson de Souza, e sua namorada, Vivian. Robinho mandou que o motorista do carro rompesse o portão automático, que demorava abrir e não parou para falar com o batalhão de jornalistas que dava plantão em frente ao prédio.
Norberto Moreira da Silva disse que a notícia do seqüestro de dona Marina chegou ao conhecimento de Vanderlei Luxemburgo na noite de sábado. Os jogadores já estavam recolhidos em seus quartos e mesmo assim Robinho foi avisado, mas demorou a aceitar como verdadeira a informação, preferindo acreditar que se tratava de um trote ou de algum mal-entendido. “Demorou para cair a ficha, mas domingo cedo, não só ele mas os demais jogadores do Santos ficaram chocados com o acontecimento.
Apesar de tudo, Robinho queria jogar”, conta o vice-presidente santista.
O dirigente não soube confirmar se o atacante será dispensado do treino desta segunda e da concentração para o jogo de quarta-feira à noite, contra a Liga Deportiva Universitária, do Equador, pela Copa Sul-Americana, quando o Santos precisará de uma vitória com mais de um gol para se classificar ou então de uma vitória simples para levar a decisão para os pênaltis.
O seqüestro de dona Marina, cuja solução é só uma questão de horas, segundo a polícia, deve pesar muito na decisão de Robinho em se transferir para a Europa o quanto antes. Agora, não é apenas uma opção profissional e a oportunidade de ganhar muito mais, e em euros, do que no Santos, mas uma questão de segurança. Depois da ameaça de seqüestro que sofreu no início do ano passado, Robinho passou a considerar como uma boa saída uma transferência para o Exterior. Mais recentemente, em conversa por telefone com Diego, ele ficou sabendo que na Europa os jogadores famosos não enfrentam tantos problemas de segurança. E se acertar com algum clube da Europa, Robinho deve se casar com Vivian, sua namorada desde a adolescência, e levar também a sua mãe.
A contratação de Robinho por 20 milhões de euros pelo Real Madrid é dada como certa por parte da imprensa espanhola. Na sexta da semana passada, o procurador do atacante, Vagner Ribeiro, e o empresário Juan Figer se reuniram com José Angel Sanchez, diretor do Real Madrid, num almoço, quando foi formalizada a proposta. As partes negam que a negociação tenha sido concluída, porém, ao que parece é só uma questão de tempo.
Até o início do ano passado, Robinho não aceitava a hipótese de uma transferência a curto prazo, repetindo que pretendia ganhar mais títulos pelo Santos, revelando que um dos seus sonhos era ser campeão da Copa Libertadores da América e se valorizar com a convocação para a Copa de 2006, na Alemanha, para só então pensar no assunto. Porém, com a rápida adaptação de Diego em Lisboa e com a crescente onda de violência nos grandes centros brasileiros, Robinho passou a admitir a mudança de clube no final do ano.
Há menos de 15 dias, o seu destino parecia ser o Benfica de Portugal, que teria oferecido 15 milhões de euros pela sua liberação pelo Santos, além de um contrato milionário de quatro anos. Em seguida, o Atlético de Madrid, que tem praticamente assegurada a contratação de Elano, entrou na disputa.
Porém, o Real Madrid parece disposto a cobrir qualquer proposta para levar aquele que Ronaldo Fenômeno considera a maior revelação do futebol brasileiro, depois de Ronaldinho Gaúcho e Kaká, e o aponta como a próxima grande atração made in Brasil no futebol europeu.

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