A Rede Integrada de Transporte (RIT) da Prefeitura de Curitiba registrou aumento de 5,7 milhões de passageiros entre os meses de janeiro e julho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 172,5 milhões, contra 166,7 milhões de passageiros nos primeiros sete meses de 2005.
Para o prefeito Beto Richa, esse aumento de 3,5% é um sinal claro de que a redução nas tarifas de ônibus também reduz a exclusão social no transporte coletivo. Por conta de reajustes sucessivos nas passagens de ônibus, o número de passageiros despencava ano a ano desde 1997, com uma redução acumulada em 15,3% até o ano passado.
A falta de investimentos no transporte coletivo também afastou passageiros na última década. "No começo do ano passado, assumimos a prefeitura com boa parte da frota com vida útil vencida, terminais e estações-tubo com problemas. Quem tinha condições acabou comprando motos ou carros, o que também afetou o trânsito e as condições ambientais da cidade", explica o prefeito.
Em julho de 2005, Beto Richa determinou o corte da tarifa de R$ 1,90 para R$ 1,80. Seis meses antes, o prefeito criou uma tarifa especial para os domingos de apenas R$ 1,00, a chamada "domingueira". Além de reduzir o preço, Beto Richa também organizou um plano de ações para melhorar a infra-estrutura do transporte. Entre as medidas está a renovação de 295 ônibus com vida útil vencida, a maioria desde 2003. Os novos veículos devem entrar em circulação até o final do ano, incluindo 112 ligeirinhos e 40 biarticulados equipados com tecnologia de ponta, como sistema de áudio MP3 e painéis eletrônicos internos para informações aos passageiros da linha.
Investimentos
Obras do Programa de Transporte Urbano, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, também vão melhorar a operação do transporte coletivo. Três binários de trânsito nas avenidas Brasília, Mário Tourinho e Santa Bernadete, além da ligação viária entre os terminais Hauer e Capão a Imbuia, vão dar mais agilidade às linhas que passam por estas regiões, especialmente o ligeirinho Inter 2. O Programa de Transporte Urbano vai permitir ainda a reconstrução de quatro terminais de ônibus: Cabral, Capão da Imbuia, Hauer e Campina do Siqueira.
Além de obras físicas, o prefeito também quer criar um novo conceito do transporte coletivo curitibano. Para isso, enviou no começo do mês para a Câmara Municipal o projeto da nova Lei Geral do Transporte Coletivo, que permitirá um maior controle social e participação da comunidade na organização do sistema. Além disso, a lei torna obrigatória a realização da primeira concorrência pública da história do transporte curitibano para a operação das linhas, outro compromisso assumido pelo prefeito.
Beto Richa também lidera há dois anos um movimento nacional de prefeitos que cobram medidas do governo federal para baixar o preço das passagens de ônibus por meio da redução da carga tributária e de subsídios para os produtos que compõem a planilha de custos do transporte, como o óleo combustível, peças e acessórios de ônibus. No mês passado, o Ministério das Cidades anunciou o compromisso de lançar até o final do ano um plano de apoio aos municípios, com repasse de dinheiro para a redução do preço das passagens.