A Secretaria da Agricultura faz um alerta aos produtores rurais para que evitem as queimadas, principalmente nessa época do ano quando os campos estão secos em decorrência de geadas, seguido por períodos de seca. Provocadas ou acidentais, elas são altamente prejudiciais ao meio ambiente, e acarretam graves conseqüências.
Os riscos de incêndio nas áreas de lavouras, principalmente na região sudoeste do Estado, a mais afetada pela estiagem no início do ano, e enfrentou três geadas fortes recentemente, preocupam o vice-governador e secretário da Agricultura Orlando Pessuti. ?Hoje sabemos que a maioria dos agricultores é consciente e evita usar esse método para preparar sua área, mas temos que alertar os que ainda adotam a prática da queimada para os riscos que estão correndo?, esclareceu Pessuti.
Segundo Edson Maurício, engenheiro agrônomo da Secretaria, Núcleo de Francisco Beltrão, entre os danos provocados pelas queimadas estão a diminuição de matéria orgânica no solo, que é responsável pela manutenção da vida do solo; a redução da capacidade de retenção da água, fazendo com que a cultura a ser instalada sofra mais nos períodos de seca; a eliminação de grande quantidade de nutrientes que poderiam ser aproveitadas pelas próximas culturas a serem plantadas; e aumento significativo dos riscos de erosão, já que o solo fica desprotegido e exposto ao contato direto das gotas da chuva.
Edson Maurício lembra que provoca ainda intenso ressecamento do solo em função da exposição direta ao sol, afetando a sua estrutura; o aumento de infestação de ervas daninhas, devido principalmente à quebra de dormência das sementes existentes no solo; e a morte dos inimigos naturais que controlam as pragas. ?E ainda pode provocar incêndios de grandes proporções em matas nativas e de reflorestamentos?, alerta o engenheiro agrônomo.
Os técnicos da Divisão de Fiscalização, Defesa e Sanidade Vegetal da Secretaria da Agricultura, orientam que restos de culturas como por exemplo a palha de trigo devem ser incorporados ao solo, quando for realizado o preparo convencional para implantar uma nova cultura, ou ainda os restos poderão ficar sobre a superfície protegendo o solo se o sistema for de plantio direto, sendo que em ambas as formas o solo terá suas características físicas e químicas mantidas ou até melhoradas, evitando a degradação.
?É preciso que todos os agricultores tenham consciência de que o solo é seu maior patrimônio, e que as queimadas só trazem prejuízos às suas propriedades e ao meio ambiente?, alerta Edson Maurício.