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Uma lagoa de chorume, líquido escuro e contaminado que se forma no lixo, no bairro Lamenha Pequena, divisa entre Curitiba e Almirante Tamandaré, representa um crime ecológico esquecido por todos, menos pela natureza. A vegetação cobriu o antigo lixão a céu aberto, que funcionou até 1989. Boa parte do lixo de Curitiba e região metropolitana era descarregado na região sem nenhum tratamento.

A lagoa que ficou visível concentra uma água contaminada por produtos químicos, resíduos orgânicos e possivelmente metais pesados, já que em um lixo também são descarregadas pilhas e baterias.

Abastecimento

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Além do desequilíbrio ecológico, a água do lago desemboca para o rio Passaúna, em direção ao reservatório responsável pelo abastecimento de água de um quarto da população de Curitiba, cerca de 500 mil pessoas. O fluxo de captação para atender esta demanda é de 1,8 mil litros de água por segundo. O rio também é um dos principais afluentes da margem direita do Rio Iguaçu. As nascentes do rio Passaúna estão a pouco menos de 3 km do antigo lixão.

Em nota à imprensa, a Sanepar afirma que a água da bacia do Passaúna passa por um rigoroso tratamento e que não apresenta nenhuma irregularidade. Segundo a empresa, o processo de tratamento utiliza os parâmetros obrigatórios indicados pelo Ministério da Saúde e que, de acordo com o monitoramento mensal da água, ela está em conformidade com o estabelecido pela legislação. Ainda assim, a empresa já enviou ao IAP o pedido de análise do grau de contaminação do chorume despejado no rio.

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O presidente da Câmara Municipal de Curitiba, João Derosso, afirmou na segunda-feira que vai encaminhar a denúncia, feita por uma emissora de televisão da cidade, para a Comissão de Ecologia e Meio Ambiente. Vereadores também se manifestaram quanto à irregularidade. Técnicos do Senai já coletaram amostras da água. O resultado deve sair nos próximos dias.

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