Porto Alegre – O Rio Grande do Sul abriu a campanha anual de vacinação de seu rebanho de 13,6 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa hoje (2). A meta dos 278 veterinários e 1.075 auxiliares do Departamento de Produção Animal (DPA) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento é concluir o trabalho até o dia 31. Eles vão percorrer 360 mil propriedades rurais para fazer, assistir ou fiscalizar a imunização.
Até o ano passado, o Estado fazia esta etapa da vacinação, que atinge todo o rebanho, nos dois primeiros meses do ano. A campanha foi comprimida para que a segunda fase, destinada apenas aos animais com menos de 24 meses de idade – cerca de 30% do rebanho -, seja antecipada de junho para maio. Assim, é possível que a etapa seguinte da cobertura completa possa mudar do início do ano que vem para novembro deste ano, como querem os pecuaristas gaúchos, para acompanhar o calendário dos demais Estados.
O chefe do Serviço de Doenças Vesiculares do DPA, Fernando Groff explica que nas áreas de maior atenção, como todas as zonas limítrofes com Santa Catarina, Argentina e Uruguai e propriedades que tenham recebido animais de fora do Estado nos últimos anos, a vacinação será feita por funcionários da secretaria. Nas demais, os técnicos acompanham ou fiscalizam a aplicação, que pode ser feita pelo pecuarista.
O governo do Estado gastou R$ 4 milhões para adquirir as doses destinadas aos agropecuaristas familiares que têm rebanhos com menos de 50 cabeças. A maioria deles está na metade norte do Estado, zona de minifúndios mais voltada para a criação de gado leiteiro conjunta com pequenas plantações de milho, feijão e soja. Na metade sul, onde está 80% do rebanho gaúcho, as propriedades são maiores e destinam-se à produção de gado de corte.
O Rio Grande do Sul é considerado zona livre de aftosa com vacinação pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). Desde o surgimento de focos da doença no Mato Grosso do Sul, na primavera passada, o Estado proibiu o ingresso de carne produzida fora de seus limites, abrindo exceção apenas para Santa Catarina, que faz parte do mesmo circuito pecuário e não tem suspeita de focos de aftosa em seu território.