Os episódios registrados na madrugada deste domingo (31) no Rio não adicionam feridos à lista contabilizada desde a última quinta-feira, quando começou a onda de violência na região metropolitana. Até agora, são 38 episódios. O clima continua tenso, sobretudo entre policiais civis e militares, que permanecem em estado de alerta. O chefe da Polícia Civil, delegado Ricardo Hallack, disse que cem equipes da Operação Caçador permanecem nas ruas para evitar novos atentados.

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O ataque ao quartel do Corpo de Bombeiros, nesta madrugada, foi visto como uma tentativa de chamar a atenção, mas não como um ataque à corporação. Traficantes do Morro dos Prazeres, que fica trás do quartel, lançaram três granadas contra a unidade em duas investidas, às 3h30 e às 5h – uma não explodiu. Estilhaços atingiram uma ambulância, uma kombi e um carro de combate a incêndio. "Socorremos todo tipo de gente, inclusive traficantes e seus familiares. Não acredito que o ataque tenha sido direcionado ao bombeiro, com intuito de matar o profissional. Foi apenas para fazer barulho", disse o chefe do Estado-Maior da corporação, coronel Marco Silva.

A granada que não explodiu gerou um incidente entre a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros. Às 11h30, uma equipe do Esquadrão Anti-Bombas chegou ao local, mas foi impedida pelos bombeiros de detonar o petardo. O artefato foi recolhido por um tenente-coronel bombeiro, que não permitiu a entrada dos agentes na unidade e ainda ameaçou de prisão os policiais. Os bombeiros aparentemente não gostaram da movimentação da Polícia, que atraía a atenção dos criminosos entrincheirados no morro.

"Não estamos vivendo numa ditadura. O policial foi à delegacia do bairro e comunicou o fato. Também pedi ao coronel Marco Silva providências contra esse tenente-coronel", afirmou o delegado Marcos Reimão, diretor da Coordenadoria de Operações Especiais da Polícia Civil, ao qual o Anti-Bombas é subordinado.

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Incidente isolado

Ainda na madrugada, ocupantes de um Polo fizeram disparos contra um posto de gasolina, na Estrada do Quitungo, Vila da Penha. Uma das bombas de combustível foi atingida, mas não houve explosão. Um morador de rua ficou ferido. O comandante do 16.º Batalhão (Olaria), tenente-coronel José Luiz Nepomuceno Marinho, afirmou que o posto foi alvo de uma tentativa de assalto. Para ele, o episódio não está relacionado com a onda de violência que atinge a cidade.

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