Rigotto teme que apurações fiquem sem foco

O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), ressaltou hoje, em Curitiba, a preocupação de que as investigações sobre corrupção percam o foco. "Preocupa-me muito a história de querer mostrar que apenas está havendo caixa dois de campanha, que isso tem a ver só com financiamento de campanha eleitoral", disse. "Tem muito mais que isso em jogo e mais a ser investigado: é o relacionamento promíscuo do Executivo com o Legislativo, envolvimento das estatais, preenchimento de cargos das estatais, como se trabalha a publicidade…"

Em palestra aos secretários e assessores diretos do governo do Paraná, Rigotto também manifestou temor com a existência de várias comissões parlamentares de inquérito (CPIs) para investigar as denúncias que aparecem. "No meu modo de ver, vai ficar difícil focar essas denúncias com várias CPIs", afirmou.

"Para onde vai a documentação que está chegando e que vai chegar? Tem de ser concentrada num único local." Ele sugeriu que as investigações sejam concentradas numa única "CPI da corrupção", dividida em várias subcomissões.

Para o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), "o Congresso Nacional estava sendo comprado para sustentar a política econômica do governo federal". Segundo Região, falta ao Legislativo e à administração federal um projeto de Brasil.

"Vimos não uma luz no fim do túnel, mas um Lula no fim do túnel", discursou. "Eu, particularmente, espero que isso se recupere, que a consciência política tome conta da cúpula do PT e que o governo mude seu jogo, mas, ao invés de mudança, vemos a cooptação do PMDB, a troca de cargos por apoio cego no pior estilo de política que já existiu no País."

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