Rigotto diz que PMDB terá candidato mesmo com verticalização

 O pré-candidato a Presidência da República pelo PMDB, o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, negou hoje que uma possível manutenção da verticalização pelo Supremo Tribunal Federal (STF) evitará a realização da prévia do partido, marcada para 19 de março, ou o lançamento de um candidato próprio da legenda. "A prévia é irreversível, e a realização da prévia com certeza vai significar uma candidatura própria", disse Rigotto, que participou de almoço com peemedebistas na capital paulista.

O governador do Rio Grande do Sul ainda disse crer que o STF deve derrubar a verticalização, favorecendo assim as alianças regionais de seu partido. "Eu acredito que o STF vá manter a desverticalização. Não vejo lógica de que se inicie a reforma política pelo final", disse, reafirmando que "mantida ou não verticalização, as prévias acontecerão dia 19". Para Rigotto a questão da candidatura própria não passa pelos interesses locais do PMDB, mas por uma necessidade de reafirmação da sigla no plano nacional. Segundo ele, "a candidatura própria tem a ver com o PMDB recuperar sua identidade".

O fraco desempenho de seu nome nas pesquisas de intenção de voto para presidente da República também não representa obstáculo, de acordo com o governador, que acredita numa recuperação de popularidade após o início efetivo da campanha eleitoral. "Existe um espaço enorme para nós termos um projeto alternativo ao PT e ao PSDB, que cresça por fora para chegar ao segundo turno", disse.

Rigotto ainda descartou a possibilidade de uma ação coordenada pela ala governista do partido para impedir as prévias ou a solidificação de uma candidatura própria. Para ele, qualquer atitude neste sentido encontraria uma forte resistência na base partidária. "Se tiver algum movimento contra a candidatura própria, eu não tenho dúvidas que a base irá atropelar os setores da cúpula que tentarem evitar essa candidatura", afirmou, advertindo que "aqueles que tentarem fazer isso terão um desgaste muito forte".

O governador, que já viajou por 15 Estados no último mês fez questão de afirmar que no Maranhão foi recebido pela senadora Roseana Sarney e que em Alagoas foi recebido pelo irmão do senador Renan Calheiros (PMDB), Olavo Calheiros. "Não acredito que as lideranças farão um movimento contra a realização da prévia", disse, descartando ainda que uma medida judicial impetrada nos últimos momentos anteriores à prévia possa impedir a votação. "Não acredito que exista a possibilidade de o Judiciário interferir numa questão interna do PMDB", finalizou.

O ex-governador de São Paulo Orestes Quércia comunga do pensamento de Rigotto. "Existe, evidentemente, uma avaliação de que o fato de haver verticalização afeta os interesses dos candidatos a governador praticamente no País inteiro. Mas não tem nenhuma dúvida que nós faremos a prévia e teremos candidato à Presidência da República", disse Quércia, que participa de um almoço de apoio à candidatura de Rigotto.

Quércia, entretanto, admitiu que há de fato uma mobilização da ala governista da legenda para que se aborte a candidatura própria do partido. Segundo ele, uma medida judicial para impedir a prévia não teria viabilidade jurídica. "(A prévia) é fundamental ao fortalecimento do nosso partido e eu acho que isso é que vai prevalecer", ressaltou.

Ele também admitiu novamente que poderá disputar outra vez o governo do Estado. Ressalvou, porém, que essa decisão só será tomada após a conclusão do processo de escolha do candidato do PMDB à Presidência da República. "Poderei ser, sim, candidato mas estamos esperando primeiro que se defina a candidatura à Presidência", afirmou sem comentar se poderia concorrer ao Senado Federal ou até mesmo à Câmara dos Deputados.

O ex-governador admitiu que, caso o prefeito de São Paulo, José Serra, decida se candidatar ao governo paulista, esse fato deve pesar muito na sua decisão. "Serra sendo candidato evidentemente muda muito", ressaltou. Logo depois, em tom de brincadeira, disse: "Se eu for candidato e ele também, ele vai acabar perdendo, e isso é muito ruim para ele, que é meu amigo, e vai deixar a Prefeitura para perder o governo do Estado", concluiu.

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