O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), afirmou hoje  que é inadmissível cogitar o adiamento da convenção nacional da legenda, prevista para o próximo domingo (12). "Isso enfraquece o PMDB, que vive hoje em uma encruzilhada e precisa tirar os rótulos de clientelista e fisiologista." Para Rigotto, a cúpula peemedebista está muito distante das bases partidárias. Sem citar nomes, ele destacou: "E se alguém deixar o partido após a convenção (que no seu entender deverá aprovar a independência com relação ao governo federal), tudo bem. Prefiro um partido menor, porém mais puro e homogêneo."

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O governador participou na tarde de hoje, em São Paulo, de um almoço com empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

Durante o evento, Rigotto foi questionado pelo presidente do HSBC, Emilson Alonso, se o PMDB seria uma terceira alternativa, além de PT e PSDB, na sucessão presidencial de 2006. O governador disse que essa alternativa dependia, basicamente, da convenção aprovar a independência de seu partido da base governista. "Não precisamos de cargos no governo federal", ressaltou.

Segundo o governador do Rio Grande do Sul, essa falta de independência também pode ser prejudicial ao governo federal.

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"E eu já falei isso ao Lula (presidente Luiz Inácio Lula da Silva)." Na visão de Rigotto, o interesse por cargos é algo que não tem fim e poderá arranhar a imagem do governo federal mais do que está arranhando. "Hoje, os que acham que o PMDB precisa de quatro ministérios, amanhã vão querer cinco, e isso não tem fim. Portanto, a relação do governo federal de dar cargos para buscar apoios não é uma coisa boa."

Além de defender a independência do PMDB com o governo federal, Rigotto assegurou que seu partido terá responsabilidade pela governabilidade do País. "Minha relação com o presidente Lula tem sido muito boa e vou continuar ajudando-o, desde que o PMDB fique fora dessa disputa por cargos no governo", considerou.

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O governador acredita ainda que a independência do partido poderá resultar, até mesmo, em candidatura própria em 2006. "Mas se não vencermos a atual etapa (a de independência) vamos chegar em 2006 como um partido acessório." Questionado se seu nome estaria nessa disputa, ele desconversou: "Não fico triste quando meu nome aparece, mas dois anos é muito tempo e não é hora de ficar discutindo nomes."