O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), voltou a afirmar que
o apoio do seu partido ao governo Lula não está condicionado à concessão de
cargos no governo federal. Ele criticou a condução da reforma ministerial. "Não
precisava reforma ministerial para garantir apoio a bons projetos no Congresso
Nacional", disse o governador durante entrevista ao programa Canal Livre, da TV
Bandeirantes.
Ele salientou que a reforma ministerial também não vai
aproximar mais o PMDB do governo Lula. "Essa reforma (ministerial) eu acredito
que vai trazer mais desgaste para o governo do que alguma vantagem, pensando em
2006 e pensando em sustentação no Congresso Nacional. Não é uma reforma que está
sendo bem conduzida. O PMDB não vai ser mais governo por causa dessa
reforma."
Rigotto defendeu o ministro da Coordenação Política, Aldo
Rebelo, um dos nomes cotados para deixar o ministério. "Não é por incompetência,
não é porque ele não se esforçou. Os problemas na articulação política começaram
porque o ministro Aldo Rebelo nunca teve força de sustentação", disse o
governador gaúcho. Rigotto lembrou que o PT sempre demonstrou desconfiança com
relação ao ministro. Além disso, na opinião de Rigotto, o governo vem errando na
condução da articulação política, com a Casa Civil batendo cabeça com o
ministério de Rebelo. "Existem problemas na articulação política. Agora, a culpa
é menos do ministro Aldo Rebelo e muito mais desse quadro que foi
criado."
Rigotto pregou que a situação política no País só vai ser
resolvida com uma completa reforma do sistema político atualmente existente.
"Qualquer que seja o presidente, ele vai ter as mesmas dificuldades, pelo fato
de termos um problema estrutural, que é o sistema eleitoral e partidário, que se
reflete fortemente dentro do Congresso Nacional", ponderou o governador,
referindo-se às dificuldades de sustentação política do governo Lula. "Nós
devemos ter coragem de enfrentar essa questão da reforma partidária, porque ela
é muito mais importante do que as outras reformas. Ela está por trás de
tudo."
