O comércio mundial dá sinais de revitalização, como reflexo da recuperação das economias dos Estados Unidos e do Japão, considerados as 2 locomotivas do mundo, e também graças à China, que concentrou 10% das vendas argentinas e 6,7% das exportações brasileiras em 2003. A avaliação foi feita nesta capital pelo Secretário Geral da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento(UNCTAD), Rubens Ricúpero.

Segundo revelou, as perspectivas para 2004 são melhores do que o resultado registrado pelo comércio mundial no ano passado, com alta entre 4,5% a 4,7%. As projeções feitas no início do ano pela UNCTAD e pela Organização Mundial do Comércio, que indicavam crescimento de 7% a 7,5% para o comércio mundial, foram suplantadas há cerca de 3 semanas pela Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico(OCDE), cuja estimativa é de que o comércio mundial crescerá 8,6% em 2004. As projeções para 2005 são ainda melhores, alcançando 10,2%, disse Ricúpero.

No ano passado, o Brasil exportou 21% a mais, bem acima da média da expansão do comércio mundial. O Secretário geral da UNCTAD lembrou que esse crescimento não foi limitado ao Brasil: o Mercosul aumentou em 18%, em grande parte devido ao Brasil, e os países andinos, exceto a Venezuela, ampliaram o comércio e exportações em 14%. Isso gerou um saldo comercial da América Latina e do Caribe no ano passado de U$41 bilhões, cifra só comparável à de 1984. Essa foi também, segundo observou Rubens Ricúpero, a 1a. vez em meio século que a região latina e caribenha conseguiu um saldo em conta corrente, isto é, já descontados os pagamentos de serviços em geral, de U$ 6 bilhões.

Para que essa expansão continue de forma sustentada no longo prazo, o Secretário geral da UNCTAD advertiu que deverão ser vencidas limitações do lado da oferta, reduzindo a burocracia e os custos de logística e agregando tecnologia aos produtos para vencer as barreiras impostas pelos países desenvolvidos.
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